Lisboa, 16 nov 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Cuba lançou um apelo ao respeito pela liberdade de expressão, no final da sua 158ª Plenária que decorreu em Havana.
“Qualquer cubano deveria poder expressar-se e partilhar, com liberdade e respeito, as suas próprias opiniões, pensamentos ou convicções, mesmo quando divergem da maioria”, indicam os bispos católicos, em comunicado divulgado online.
Uma manifestação convocada para esta segunda-feira por diversos grupos – em particular o coletivo Archipiélago -, a “Marcha Cívica pela Mudança”, foi proibida pelo Governo cubano, havendo denúncias de prisão de dissidentes e lideranças da oposição.
“Todas as pessoas merecem estima e reconhecimento da sua dignidade, pela sua condição de ser humano e filho de Deus, por ser um cidadão livre, sujeito de direitos e deveres”, referiram os bispos cubanos, na última semana.
A Conferência Episcopal pediu “um gesto de indulgência” para as pessoas ainda presas após os protestos de 11 de julho, quando milhares de cubanos saíram às ruas para se manifestarem pacificamente contra a situação económica, a escassez de medicamentos e a falta de resposta das autoridades à pandemia de Covid-19.
“Qualquer ato de violência física, verbal ou psicológica fere gravemente a alma da nação cubana e contribui ainda mais para a dor, o sofrimento e a tristeza das famílias”, indicam os responsáveis.
A Igreja Católica apela a um “projeto nacional que comprometa e motive” todos os cidadãos, “sem medo de intimidações e represálias”.
“Que as várias propostas sobre o destino presente e futuro do nosso país encontrem um espaço saudável, de tolerância e harmonia, estabelecendo um diálogo harmonioso e civilizado para encontrar as melhores soluções”, concluem os bispos.
Nos últimos dias, dissidentes, promotores da manifestação e jornalistas independentes disseram ter sido retidos em casa pelas forças da ordem.
OC