Cruz destacada em Sexta-feira Santa como a «revelação suprema do amor de Deus»

Bispo do Algarve na celebração de Adoração da Cruz Na tarde de Sexta-feira Santa, em que a Igreja não celebra a Eucaristia, mas antes o rito comemorativo da Paixão do Senhor, constituido por três actos – proclamação da Palavra, a adoração da Cruz, e a comunhão eucarística – toda a liturgia convidou os cristãos, de maneira particular, à interiorização e à contemplação da Cruz do Senhor, gesto cuja compreensão D. Manuel Neto Quintas fez questão de elucidar. O Bispo do Algarve, presidindo à celebração que decorreu na Catedral diocesana, em Faro, começou por explicar que “a Igreja, desde os seus primeiros tempos, inclui na celebração da tarde de Sexta-feira Santa a narração integral da Paixão de Jesus segundo São João”, porque é “aquele que contempla e descreve a Paixão de Jesus com maior profundidade, iluminada já pela luz da ressurreição”. Considerando a Cruz como “a revelação suprema do amor de Deus”, o Bispo diocesano salientou que “é por isso que a Cruz, em São João, nos surge como um trono de glória”. “É no supremo abaixamento de Cristo que se realiza a sua suprema exaltação e glorificação como Rei e Senhor que a ressurreição virá autenticar”, complementou D. Manuel Quintas. O Prelado sublinhou que “a Cruz surge na tarde deste dia como o sinal mais eloquente do amor de Deus manifestado na pessoa de Jesus, um púlpito vivo e permanente onde Deus continua a proclamar a sua mensagem de salvação”. “E que lição podemos aprender da contemplação e adoração do crucificado?”, interrogou, para apresentar mais à frente a resposta. “A cruz é o testemunho vivo e permanente da autenticidade do mandamento novo que nos deixou: ‘Amai-vos como Eu vos amei’”, afirmou D. Manuel Quintas, considerando que “Cristo transmite a toda a humanidade a lição mais elequente que o Mestre pode transmitir. Realiza na sua vida o que ensina com palavras”. Considerando a mensagem da Cruz como uma “lição de amor gratuito, generoso e total, não transmitida com palavras”, mas “com o dom da própria vida”, “algo que só se aprende com a sua contemplação”, o Pastor da Igreja algarvia afirmou ainda que é pelo acto contemplativo que se compreende o sentido e a força profunda do sofrimento. “A contemplação da Cruz confere ao sofrimento humano o sentido pascal da morte de Cristo, abrindo-o à fecundidade do amor com que Ele nos amou”, afirmou. A celebração de Sexta-feira Santa, que teve início com a prostração do Bispo do Algarve diante do Santíssimo Sacramento, ficaria ainda marcada pela compacta fila humana que fez questão de adorar a Cristo crucificado, prolongando esse momento por longos minutos. Samuel Mendonça

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