Críticas ao regime chinês marcam mensagem natalícia de Bento XVI

Papa pede esforço da comunidade internacional perante conflitos, catástrofes naturais e ausência de liberdade religiosa

Bento XVI lembrou hoje, no Vaticano, as várias situações de guerra e as catástrofes naturais que atingem diversos países, deixando críticas ao regime chinês pela sua intervenção na vida das comunidades religiosas.

Na sua tradicional mensagem de Natal, o Papa desejou que “a celebração do nascimento do Redentor reforce o espírito de fé, de paciência e de coragem nos fiéis da Igreja na China continental, para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência”.

Bento XVI voltou ao tema que escolheu para a próxima celebração do dia mundial da paz, a 1 de Janeiro de 2011, pedindo que “o amor do «Deus-connosco» dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos”.

Na alocução «Urbi et Orbi» (à cidade e ao mundo) de 2010, o Papa recordou “as queridas comunidades cristãs do Iraque e de todo o Médio Oriente, dando-lhes conforto e esperança no futuro e animando os responsáveis das nações a uma efectiva solidariedade para com elas”.

“A luz do Natal resplandeça novamente naquela Terra onde Jesus nasceu, e inspire Israelitas e Palestinianos na busca duma convivência justa e pacífica”, começara por pedir Bento XVI.

Perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, debaixo de chuva, o Papa apelou à solidariedade “em favor daqueles que, no Haiti, ainda sofrem com as consequências do terramoto devastador e com a recente epidemia de cólera”.

“Igualmente não sejam esquecidos aqueles que, na Colômbia e na Venezuela, mas também na Guatemala e na Costa Rica, sofreram recentemente calamidades naturais”, prosseguiu.

Numa intervenção acompanhada ainda por milhões de pessoas através dos meios de comunicação social, Bento XVI pediu ainda que se abram “perspectivas de paz duradoura e de progresso autêntico para as populações da Somália, do Darfur e da Costa do Marfim” e se promova “a estabilidade política e social em Madagáscar”.

A revista sobre a actualidade mundial deixou também votos de “segurança e respeito dos direitos humanos ao Afeganistão e Paquistão”, bem como de “diálogo entre a Nicarágua e a Costa Rica” e “reconciliação” na península coreana.

Na primeira parte da intervenção, o Papa deteve-se sobre a questão da verdade, afirmando que “se a verdade fosse apenas uma fórmula matemática, em certo sentido impor-se-ia por si mesma. Mas, se a Verdade é Amor, requer a fé, o «sim» do nosso coração”.

No final, o Papa digiriu saudações natalícias em 65 línguas diferentes, incluindo o português: “Feliz Natal para todos! O nascimento do Menino Jesus ilumine de alegria e paz vossos lares e Nações!”

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