Cristianismo no Japão: percurso histórico e desafios futuros

Verbitas celebram centenário na Ásia trabalhando na pastoral da educação e das migrações A celebração dos 100 anos da presença Verbita, no Japão, e a Ásia como primeiro continente de missão são razões que estão na origem da organização do Colóquio “Cristianismo no Japão: universalismo cristão e cultura nipónica”, promovido pela Congregação da Província Portuguesa do Verbo Divino. A Ásia continua a ser um continente importante mas não encontra muita divulgação em Portugal. Daí que seja importante apresentar, não só de ponto de vista histórico, mas tendo presente o futuro, a presença do religioso naquele país. A estes factores de base, se junta a pertinência de no próximo dia 24 de Novembro se celebrar a beatificação de 188 mártires nipónicos, em Nagasaki. A presença dos Verbitas no Japão está no momento marcada por duas pastorais: a educação através de Colégios e Universidades, e a pastoral das Migrações, “uma vez que praticamente dos cristãos são migrantes”, aponta à Agência ECCLESIA o Pe. José Augusto Leitão, antigo provincial dos Verbitas, que acrescenta que mesmo em países estrangeiros, é importante continuar “a alimentar a fé dos imigrantes”. Para perceber a presença do cristianismo no Japão importa situá-lo primeiro a nível cultural e religioso. Daí a importância de a primeira conferência se debruçar sobre o Xintoísmo – religião principal e nacional do Japão, anterior ao budismo, e uma segunda conferência sobre o Budismo, que apresentam “características próprias no Japão”. A realidade actual do Japão e os novos movimentos religiosos é o tema de grande destaque esta tarde, no Colóquio. Expressões religiosas que apresentam uma grande variedade de seitas e grupos religiosos que surgem “e são interessantes pois mostram a abertura dos japoneses para o religioso”, mas que não devem mostrar-se contrários “à matriz cultural do Japão”. O cristianismo teve a sua contribuição “não de uma forma clara”, continuando a ser um grupo minoritário, mas tem um grande peso na educação, na arte, na saúde e ciência. Não serão apenas estas as áreas onde o cristianismo deve continuar a actuar, mas apontando caminho para uma nova área do diálogo inter religioso, “procurando juntos dialogar sobre as convicções religiosas, mas trabalhar na construção da paz”. A 29 de Janeiro, os verbitas vão iniciar a celebração do ano centenário da morte dos santos Arnaldo Janssen e José Freinademetz. Para estes homens, a Ásia representou o que de mais genuíno existe na Igreja missionária. Arnaldo Janssen sofria ao saber que um número tão grande de habitantes daquele continente não conhecia a Cristo. Por seu lado, José Freinademetz fez da China a sua nova pátria ao ponto de um dia escrever: “amo a China e a sua gente e mil vezes quisera morrer por eles, … quero continuar a ser chinês também no céu.” Este acontecimento traz de novo “o coração da missão”, aponta o Pe. José Augusto Leitão, ex provincial do Verbitas. Sobre as celebrações do centenário, existe uma delegação a preparar algumas iniciativas, que em breve serão divulgadas.

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Agência ECCLESIA

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