Conclusões Os Missionários do Verbo Divino (SVD) com a colaboração das Servas do Espírito Santo e o apoio de algumas instituições, promoveram dois dias de estudo sobre o tema: Cristianismo na China, percursos e proximidades. Cerca de centena e meia de participantes, religiosos/as, sacerdotes e leigos aprofundaram este tema ajudados por especialistas portugueses e estrangeiros. Como resultado deste colóquio concluímos o seguinte: Vivemos num mundo globalizado e interdependente. A função da Igreja é promover uma globalização do amor e da solidariedade, sem deixar ninguém esquecido nem marginalizado. A China, o maior e mais populoso país, deve fazer parte do nosso mundo de relações e de conhecimentos. Como portugueses temos uma longa história de relacionamento com a China, por meio de Macau; como missionários SVD, fundados por S. Arnaldo Janssen e com o exemplo de S. José Freinademetz, temos na China o nosso “primeiro amor” missionário; como cristãos temos o dever de fazer próximo, conhecido e amado o que nos é longínquo e estranho. O Povo chinês carece de uma Igreja incarnada na alma cultural chinesa para deixar de ser estrangeira e de uma Igreja separada do poder político para poder ser livre. Acreditamos que o ministério de unidade exercido pelo Papa é a garantia mais segura de uma Igreja una, santa e universal. A história revela-nos quanto foi prejudicial para a Igreja e para a China a ligação entre o poder político e religioso. Impõe-se pois uma purificação da memória. Pedindo ao governo chinês que promova a legítima separação entre o poder religioso e civil para que não se cometam, hoje, os mesmos erros do passado. Reconhecemos na história do cristianismo na China exemplos de evangelização que nos interpelam hoje para uma Igreja verdadeiramente animada para a missão, fundada no diálogo, no amor ao próximo e no acolhimento. A missão é enviar e acolher. Estes dois movimentos devem continuar vivos numa Igreja que envia missionários para a Ásia e acolhe missionários da Ásia. A Igreja e o mundo em que vivemos têm muito a aprender com a riqueza de cada Igreja local e da cada cultura. Devemos, pois, continuar a promover espaços de encontro, de estudo, de trabalho e de oração em comum. Os participantes manifestaram o desejo de que os trabalhos aqui apresentados fossem publicados para dar a conhecer a um público mais vasto a temática desenvolvida neste colóquio. Os missionários SVD, junto com outras instituições que nos apoiaram, tudo farão para que isto se torne possível. Fátima, 22-23 de Novembro de 2003