«Vejo muitos padres e leigos desmotivados, as nossas igrejas esvaziam-se e enchem-se de pessoas idosas, e os novos não os vemos»
Coimbra, 18 jan 2013 (Ecclesia) – O cristianismo tornou-se minoritário em muitas sociedades ocidentais mas Deus continua a atrair agnósticos e ateus, considera D. Dominique Rey, bispo da diocese francesa de Fréjus-Toulon.
“Todos os anos me sinto tocado na minha diocese, que tem apenas dois por cento de praticantes, por jovens que se tornam adultos na fé. Todos os anos 80 jovens que esqueceram o catecismo ou vêm do agnosticismo e do ateísmo querem tornar-se cristãos, disse à Agência ECCLESIA durante a sua passagem por Portugal, esta semana.
O prelado, convidado a intervir nas jornadas ‘A Nova Evangelização nas Paróquias’. que decorreram em Coimbra entre segunda e quinta-feira, destacou também a atração que a vida sacerdotal continua a exercer sobre pessoas que deixam a profissão para discernirem a possibilidade de serem padres.
Anualmente “uma dezena de jovens que fizeram os seus estudos profissionais, que são engenheiros, que conheceram muitos ambientes intelectuais e humanos, tomam a decisão de entrar no seminário para se dedicarem ao serviço do Evangelho”, realçou.
O bispo doutorado em economia está convicto de que estes “são pequenos sinais, mas extremamente concretos, que mostram que o Evangelho continua a interpelar” numa sociedade em que os cristãos se tornaram “minoritários”.
Em entrevista publicada no site da Amicor, pertencente à Diocese de Coimbra, o responsável referiu-se à existência de “ceticismo” dentro da Igreja: “Vejo muitos padres e leigos desmotivados, as nossas igrejas esvaziam-se e enchem-se de pessoas idosas, e os novos não os vemos”.
“A reenvangelização é um ato de esperança e o cristianismo está à nossa frente e é o futuro da humanidade”, frisou o prelado, acrescentando que “há uma inquietude profunda por Deus no seio da juventude” a que a Igreja “tem obrigação de responder”.
Para D. Dominique Rey é também necessário reabilitar a missa e o domingo: “A Eucaristia é o momento mais missionário que a Igreja pode viver e não deve ser banalizada. A nossa evangelização deve ser eucarística, indo à procura das pessoas e reuni-las”.
PTE/RJM