A defesa da “família tradicional” uniu representantes Cristãos, Muçulmanos e Judeus na Internacional de Doha (Qatar), que ontem se concluiu. O documento final do encontro, a “Declaração de Doha”, sublinha que “a família é a célula natural e essencial da sociedade”, pedindo-se aos governantes que “promulguem e apliquem políticas que reforcem a estabilidade do casamento”.
O evento, ao qual assistiram 1.500 convidados – entre membros de organizações governamentais e não governamentais, especialistas, académicos e autoridades civis e religiosas -, foi organizado por Moza Bint Nasser Al-Missned, esposa do emir de Qatar, fundadora e presidente do Supremo Conselho de Qatar para os assuntos familiares.
A “Declaração de Doha” frisa a importância de “atender às normas religiosas e morais que contribuem para a estabilidade cultural e o progresso social”. Em representação da Santa Sé marcou presença o Cardeal Alfonso López Trujillo, Presidente do Conselho Pontifício para a Família, que proferiu uma conferência sobre “A complementaridade do homem e da mulher: aproveitar os talentos de mães e pais”.O Cardeal afirmou que a família é uma Instituição anterior ao Estado, defendendo que “nenhum governo tem o direito de mudar a definição de família ou de matrimónio”. “Em todas as culturas e religiões há uma verdade presente: a família está baseada no matrimónio, o único lugar válido e apropriado para o amor conjugal”, apontou.
A Conferência de Doha, que comemora o décimo aniversário do Primeiro Ano Internacional da Família, examinou o parágrafo 3 do artigo 16 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde se lê: “a família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção da sociedade e do Estado”.
