Cristãos devem ter coragem para não se deixarem levar

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, exortou ontem, em Vila Nova de Famalicão, os cristãos a terem uma consciência crítica do meio em que vivem e a terem «coragem» de formular juízos de valor sobre o mesmo, consubstanciados no confronto com a Palavra de Deus. Isto, para que não corram o «risco de se deixarem levar pelo que os outros dizem ou propõem» e que coloca em causa os princípios básicos do cristianismo, frisou o prelado na missa da festa de Santo António. «Aceitemos o que deve ser aceite e recusemos o que tem de ser recusado», apelou o Arcebispo Primaz. D. Jorge Ortiga presidiu à eucaristia que foi celebrada, como é habitual, na capela de Santo António, em pleno centro da cidade de Vila Nova de Famalicão, no principal dia das Festas Antoninas, que são também as festas concelhias. Com um templo completamente lotado e com centenas de pessoas no seu exterior, o Arcebispo Primaz lamentou que os cristãos aparentem estar «a perder a força do sal da fé». «Que bom seria entrarmos na Palavra de Deus e a partir dela vermos o mundo com os olhos de Cristo», afirmou o presidente da celebração. Indicando ser «difícil» eleger um dos pormenores da vida de Santo António de Lisboa para imitar, porque são muitos, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destacou que a grande virtude da vida de um dos mais populares santos da cristandade «foi viver não segundo um plano de vida estruturado mas como alguém que se abandonou nas mãos de Deus». Nem sempre os caminhos do homem são os caminhos de Deus e «teimamos em seguir os nossos próprios caminhos», frisou D. Jorge Ortiga. Já que a figura de Santo António é tão popular, o prelado desafiou os cristãos a imitá-lo como alguém que «não se ficou pelas palavras mas que pregou a exigência das obras». Virado para os mais pobres, Santo António tentou sempre ajudá-los. A seu exemplo, continuou D. Jorge Ortiga, «os cristãos devem assentar a sua fé na fortaleza da Palavra de Deus, manifestando-a ao mundo no testemunho de vida». «Este mundo que não quer aceitar a Igreja deveria ver em cada um de nós o testemunho do amor e, talvez assim, mudasse», frisou o Arcebispo de Braga, na missa concelebrada pelo pároco de Santiago de Antas e por dois sacerdotes combonianos. Lembrando que se vive em Portugal um «momento de apreensão» sobre o futuro do país «era preciso que os cristãos acreditassem que é preciso resolver muitos problemas humanos, principalmente a pobreza envergonhada, ainda que de uma forma discreta e sem grande publicidade», afirmou D. Jorge Ortiga. «De uma forma organizada, a Igreja tem de conseguir rejuvenescer a sua dimensão de intervenção social», concluiu o prelado.

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Agência ECCLESIA

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