Organização foi distinguida pela Assembleia da República com o Prémio Direitos Humanos 2011
Lisboa, 13 dez 2011 (Ecclesia) – A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) encara a receção do “Prémio Direitos Humanos” 2011, hoje na Assembleia da República, como um “reconhecimento” pelo “muito e bem” que as organizações sociais “fazem” pelo país.
Em declarações à Agência ECCLESIA, depois da entrega do galardão, o presidente daquele organismo partilhou o acontecimento com todos os agentes de um setor que, “nesta altura muito complicada”, tem funcionado como uma “verdadeira almofada social”.
O padre Lino Maia considerou depois a distinção como “um desafio” para que, apesar das “imensas dificuldades” com que se debatem as instituições de solidariedade, “ninguém desista” e continue a “pugnar para que os mais carenciados tenham um futuro melhor”.
No sentido de contribuir para esse objetivo, a Confederação vai canalizar os 25 mil euros do prémio para as organizações que mais precisam de apoios, para que “nenhuma instituição tenha de fechar portas”, adiantou o sacerdote.
A cerimónia de atribuição do prémio, presidida pela presidente da Assembleia da República, decorreu ao início da tarde no salão nobre do Palácio de São Bento, em Lisboa.
Durante o discurso de entrega do galardão à CNIS, Assunção Esteves realçou que “a criação de condições para a dignidade é uma tarefa permanente e inacabável, uma missão para todos, neste e em todos os dias”.
Um júri formado por representantes da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias destacou o trabalho da CNIS “no apoio, defesa, congregação e representação das instituições particulares de solidariedade social em Portugal”.
No entender do padre Lino Maia, trata-se de uma mensagem “extremamente gratificante”, uma vez que indica também “uma vontade firme” da parte do Governo, em considerar estas instituições como “parceiros credíveis e responsáveis”.
Depois de um período difícil, em que se “começou por vencer alguma ignorância”, aponta o sacerdote, começa “a haver uma boa relação, de entreajuda”, consubstanciada em pedidos de “contributos, opiniões e estudos” por parte do poder político e, mais recentemente, na passagem de equipamentos sociais do Estado para as IPSS.
Uma medida que o presidente da CNIS aplaude já que “quem está no terreno está em melhores condições de atuar, até por uma questão de proximidade, de sensibilidade”.
No entanto, essa passagem de competências “não pode ser feita de ânimo leve, até porque normalmente estes equipamentos têm custos elevados e terão de ser feitos aqui uns esforços de adaptação ao longo do ano de 2012”, adverte aquele responsável.
O “Prémio Direitos Humanos”, que a Assembleia da República atribui desde 1999, pretende “reconhecer o alto mérito de organizações não governamentais ou do original de trabalho literário, histórico, científico, jornalístico, televisivo ou radiofónico, que contribuam para a divulgação ou o respeito dos direitos humanos”.
Destina-se ainda a destacar iniciativas que contribuam para denunciar a “violação” destes direitos, “no País ou no exterior”, de “autoria individual ou coletiva de cidadãos portugueses ou estrangeiros”.
JCP