Crise: Responsável do Vaticano reafirma necessidade de reforma da ONU

Secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz apela a nova «arquitetura» económica e financeira internacional

Cidade do Vaticano, 16 dez 2011 (Ecclesia) – O secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), organismo da Santa Sé, defendeu hoje a necessidade de uma “reforma” da ONU e de uma nova “arquitetura económica e financeira internacional”.

D. Mario Toso falava no Vaticano, em conferência de imprensa, durante a apresentação da mensagem de Bento XVI para o 45.º Dia Mundial da Paz, dedicada em 2012 ao tema ‘Educar os jovens para a justiça e para a paz’.

No documento, o Papa pede “adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos”.

Para o secretário do CPJP, esta afirmação obriga a “tomar conta das novas exigências do bem comum mundial e da justiça social global”.

O prelado italiano falou das questões suscitadas pelas migrações, a pobreza, a dívida externa, a queda de regimes ditatoriais, a crise financeira, alimentar e ecológica, bem como da “transformação da democracia, num sentido populista, oligárquico”.

Citando a recente nota do CPJP sobre “uma autoridade pública de competência universal”, D. Mario Toso considerou que a comunidade internacional precisa de uma “autoridade política proporcional, articulada em diversos planos”, para poder responder às “exigências de uma justiça social global”.

Presente na conferência de imprensa, o cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício, aludiu às “manifestações de jovens em quase todas as capitais europeias”, admitindo que 2012 se vai iniciar “num clima de pessimismo e desconfiança”.

Este responsável diz que mensagem do Papa para o próximo Dia Mundial da Paz, celebrado a 1 de janeiro, contraria uma atitude generalizada de “desespero” e propõe “um novo humanismo, uma nova aliança entre os seres humanos”, para lá uma “lógica tecnicista”.

Desde a sua eleição, em abril de 2005, Bento XVI escolheu como temas para esta celebração anual a verdade, a dignidade da pessoa, a unidade da família humana, o combate contra a pobreza, o meio ambiente, a liberdade religiosa e, este ano, a educação das novas gerações.

OC

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Agência ECCLESIA

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