Crise: Presidente da Caritas pede «unidade»

Eugénio Fonseca destaca necessidade de compromisso a favor do bem comum, em toda a sociedade

Lisboa, 28 Mar (Ecclesia) – O presidente da Caritas Portuguesa pediu hoje “uma maior unidade das forças políticas” num momento de crise no país, que agora se confronta com a perspectiva de novas eleições após a demissão do primeiro-ministro José Sócrates.

“Seria bom que houvesse uma maior unidade das forças políticas em torno daquilo que é essencial para a defesa dos interesses elementares das pessoas”, disse Eugénio Fonseca, em declarações à Agência ECCLESIA.

Este responsável espera que o actual impasse político se resolva e “resulte em favor das pessoas, que têm sido altamente prejudicadas, no combate que se está a fazer contra o défice que o país tem”.

Caso contrário, “é tempo perdido”, atira o presidente do organismo católico para a solidariedade e ajuda humanitária.

Esta tarde, a Presidência da República anunciou que Aníbal Cavaco convocou uma reunião do Conselho de Estado para o próximo dia 31 de Março, às 15h00.

Eugénio Fonseca sustenta que só “a preocupação pelo Bem Comum” e uma “verdadeira cultura de voluntariado” poderá conduzir a uma melhoria das condições de vida das pessoas.

Este responsável deixou um balanço positivo da celebração do dia nacional da Caritas, este domingo, sublinhando a importância de uma sociedade que não faz do voluntariado e da solidariedade meros gestos pontuais mas que adopta esse “espírito de abertura” todos os dias.

“O dia nacional da Caritas só tem sentido se as actividades não ficarem confinadas àquelas 24 horas, é preciso que haja um compromisso mais duradouro, na gratuidade, na dedicação, fazendo-nos voluntários e sendo solidários” pediu.

A festa nacional da Caritas, este ano sob o tema «Ser Voluntário – Ser Solidário», incluiu a realização de um peditório público que tinha como objectivo juntar cerca de 300 mil euros para ajudar as dioceses que estão em maiores dificuldades económicas, um pouco por todo o país.

Para tal, a organização contou com o apoio de muitos voluntários, que saíram para a rua, entre os dias 24 e 27 de Março.

Numa fase em que ainda estão a ser apurados os resultados desse peditório, Eugénio da Fonseca adianta que “os ecos que têm chegado são de que houve da parte das pessoas algum acolhimento às preocupações que a Caritas tem vindo a revelar”.

No entanto, apesar desta mentalidade “solidária” que tem crescido entre as pessoas, os problemas continuam a ser muitos e as respostas exigem soluções que “muitas vezes transcendem as próprias possibilidades da Caritas”.

JCP/OC

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