Crise: Manifestação pública é «indicador importantíssimo» para os partidos políticos

O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz tem «sérias dúvidas» que este governo esteja a orientar a sua política económica «na consecução do bem comum».

Lisboa, 20 set 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz tem “sérias dúvidas” que este governo esteja a orientar a sua política económica “na consecução do bem comum”.

Em declaração aos jornalistas, esta sexta-feira, em Lisboa, Alfredo Bruto da Costa sublinha que a “única razão de ser do governo é realizar o bem comum” e se este “não é capaz” de realizá-lo “não tem razão de existir”.

Após a reunião extraordinária da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) onde foi lançado a nota «Os números e as pessoas», Alfredo Bruto da Costa realçou também que “a manifestação social é um indicador importantíssimo sobre o qual os partidos políticos e o governo têm obrigação de pensar” e acrescenta: “Houve uma certa descontinuidade entre o tipo de manifestações que tínhamos e a última”.

Ao considerar a última manifestação pública “como qualquer coisa de novo e qualitativamente mais expressiva”, o presidente da CNJP frisou que “os fenómenos coletivos são mais difíceis de prever do que os individuais”.

Em relação à estabilidade política, Alfredo Bruto da Costa defende que esta “deve existir como um instrumento e não como finalidade”.

“A estabilidade política é necessária para se construir qualquer coisa”, referiu aos jornalistas.

Segundo o presidente da CNJP, a coligação governamental “não existe para si, mas para tornar possível uma política estável, capaz de ser aceite e implementada”.

Um dos “estrangulamentos importantes da atuação deste governo”, é – segundo Alfredo Bruto da Costa – “o pensamento económico”.

A questão da Taxa Social Única (TSU) e os cortes nas pensões e nos salários são questões que merecem reflexão porque a “pensão não é um benefício concedido pelo governo aos pensionistas, ela faz parte de um contrato ao abrigo do qual o trabalhador fez descontos ao longo da sua vida”.

Ao colocar em causa este contrato de forma unilateral, “o Estado de Direito fica fragilizado” e o mesmo acontece com os cortes dos salários, alertou o presidente da instituição.

A CNJP, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, foi criada com a finalidade genérica de “promover e defender a Justiça e a Paz, à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja”.

LFS

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Agência ECCLESIA

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