Crise: LOC/MTC alerta para «desastre social»

Movimento critica últimas opções do Governo e apela ao respeito pelos trabalhadores

Lisboa, 24 set 2012 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) alertou hoje em comunicado para o “desastre social” que Portugal pode viver se o Governo mantiver as suas opções para o Orçamento de Estado de 2013.

“A LOC/MTC continua a levantar a sua voz contra o efeito devastador que a desvalorização do trabalho e do salário exercem na despromoção da dignificação dos trabalhadores, com graves consequências para as suas famílias”, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

O movimento diz ser “urgente” mudar de paradigma de governação económica e social e reconhecer no “trabalho com direitos” o “principal gerador de riqueza, dignificando quem o executa através do salário e do tempo para a formação e para a família”.

“Não é aceitável que se continue a querer implementar medidas económicas distantes da economia real, onde apenas se busca o lucro desproporcional sobre os rendimentos do trabalho”, assinala a LOC/MTC.

A equipa nacional do movimento esteve reunida entre sábado e domingo, em Aveiro, e deixou críticas à “debelada tentativa de diminuir os salários através da transferência para os trabalhadores de parte das obrigações dos empresários no pagamento da Taxa Social Única”.

Segundo a Liga Operária Católica, está em causa um “fundamentalismo obsessivo em seguir por um caminho de políticas que está já a conduzir ao desastre social, ao colapso da economia, ao desprezo do sistema democrático e à ofensa às raízes cristãs” da sociedade portuguesa.

“Vivemos hoje com mais angústia e sofrimento, provocados pelo retrocesso nos direitos laborais, que durante algumas décadas impulsionaram o trabalho digno e justamente remunerado, conquistados em longos e duros diálogos sociais”, refere o comunicado.

A organização cristã sublinha, em particular, a questão do “desemprego estrutural” com consequências no “aumento dos conflitos familiares, na violência doméstica e nos suicídios, no endividamento e na perda de bens que ou são confiscados pelos bancos ou pelos serviços fiscais”.

“Apenas os pobres têm de provar publicamente a sua pobreza e a sua honestidade”, destaca o documento.

A LOC/MTC conclui com um apelo ao “debate e à manifestação dos trabalhadores e dos cidadãos em todas as iniciativas que nestes próximos tempos são promovidas em prol da democracia, justiça social, de novas alternativas de governança, do combate ao desemprego e por maior abertura dos partidos à discussão pública”.

OC

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