Organismo critica lógica economicista da sociedade, que deixou «uma enorme massa humana» dependente da caridade e sujeita à marginalidade
Braga, 29 out 2012 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Arquidiocese de Braga vai apostar durante o próximo ano num trabalho de maior proximidade junto das comunidades atingidas pela crise.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, aquele organismo desafia “cada militante” a “recolher informações, testemunhos, preocupações de desempregados ou pessoas que têm de trabalhar em condições precárias, com o objetivo de elaborar um documento que será depois tornado público”.
A LOC/MTC minhota pede ainda aos seus membros que dediquem “maior atenção à crescente emigração, como consequência da falta de trabalho”.
Neste âmbito, será proposta “uma parceria com a Pastoral das Migrações e Mobilidade da Arquidiocese, no sentido de entender este fenómeno e conjugar esforços de ação”, refere o texto.
O plano de ação dos trabalhadores cristãos de Braga, elaborado no último sábado durante uma assembleia geral realizada no Centro Cultural e Pastoral Arquidiocesano, procura encontrar soluções para a atual conjuntura económica e social do país e dar voz aos que mais sofrem com os seus efeitos.
Segundo a Liga Operária Católica de Braga, a crise é “consequência do egoísmo e do pecado organizado da sociedade, onde só contam os que têm dinheiro, para comprar e consumir”.
“A organização financeira em curso por quem detém o poder, não se preocupa com o trabalho para todos, a saúde, a educação, a alimentação e em nome da competição e do ‘deus mercado’ deixa uma enorme massa humana abandonada à caridade pública ou privada e a desenrascar-se na marginalidade”, lamenta aquele organismo.
A estratégia delineada pela LOC/MTC aponta para a necessidade de analisar as consequências do “desemprego”, da “instabilidade financeira das classes trabalhadoras mais pobres” e da “diminuição dos apoios sociais” no meio da “sociedade e nas relações familiares”.
Pretende ainda “fortalecer a generosidade e partilha de bens junto dos mais pobres” e envolver mais “os reformados do movimento” na busca de alternativas, aproveitando “a sua sabedoria”.
De acordo com o documento, através destes pressupostos, a LOC/MTC “dará o seu contributo para uma sociedade mais justa, onde as pessoas estejam em primeiro lugar e sejam respeitadas na sua dignidade”.
JCP