Crise: Judeus e católicos pedem responsabilidade social aos países mais ricos

Comissão bilateral permanente da Santa Sé e Grão-Rabinato de Israel lamentam que «a importância do ter» se tenha imposto ao «valor do ser»

Cidade do Vaticano, 30 mar 2012 (Ecclesia) – A comissão bilateral permanente da Santa Sé e o Grão-Rabinato de Israel emitiu hoje um comunicado conjunto pedindo os países desenvolvidos que ajudem as nações mais necessitadas a sair da crise.

Recordando o “destino universal de todos os bens”, judeus e católicos sublinharam a necessidade de um “perdão parcial das dívidas”, não só a nível “nacional e internacional” mas também em relação a “famílias e indivíduos”.

O texto, publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, resultou do 11º encontro entre representantes católicos e judaicos, que teve lugar em Roma, entre terça e quinta-feira.

Para aqueles responsáveis, “a instabilidade económica resulta sobretudo de uma crise de valores morais, onde a importância do ter, reflexo de uma cultura de ganância, eclipsou o valor do ser”.

As duas partes lamentam que “o valor da verdade, que se afirma através da honestidade e transparência, tenha caído em desuso na atividade económica”.

O documento, assinado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício para a Justiça e Paz, e pelo Rabi Shear Yashuv Cohen, responsável pela delegação judaica, sustenta que a “economia deve ter como único objetivo servir o bem comum”.

Neste âmbito, o organismo bilateral faz referência a algumas condições indispensáveis para assegurar o equilíbrio económico e social, como a garantia de “habitação, saúde, educação e emprego” para “todas as pessoas”.

Judeus e católicos identificam ainda algumas categorias sociais mais vulneráveis, como os migrantes e trabalhadores estrangeiros, “cujas condições servem como medida para a saúde moral da sociedade”.

JCP

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