Crise humanitária sem fim na República Democrática do Congo

A confederação internacional da Cáritas lançou um apelo em favor da população deslocada por causa dos confrontos violentos na República Democrática do Congo (RDC). A “Caritas Internationalis” quer recolher cerca de meio milhão de dólares para ajudar as pessoas no distrito de Ituri (fronteira com o Uganda), onde, apesar dos acordos de paz de 2002, as forças governamentais e as milícias continuam a obrigar as populações a abandonar os seus lares. A violência entre grupos étnicos rivais, a luta pela riqueza mineral da área e a forte oposição às forças governamentais na região têm prolongado a crise humanitária, sob o olhar desinteressado do mundo. Desde 1998 a RDC sofre um conflito sangrento que resultou em mais de 3 milhões de mortos. Tropas locais e estrangeiras combateram muitas vezes pelo controlo de zonas do Congo ricas em ouro, diamantes, madeiras e Coltan, material usado em componentes para telemóveis. Este é o conflito mais mortal desde a II Guerra Mundial, no qual mais de mil pessoas ainda morrem todos os dias. A República Democrática do Congo (ex-Zaire) é independente desde 1960, tendo atravessado uma séria de golpes de Estado e Guerras civis, que fazem do país o a região africana com mais mortos na sequência de conflitos armados. A 18 de Dezembro de 2005 foi realizado o referendo sobre a nova Constituição, amplamente aprovada. As primeiras eleições democráticas na RDC estão marcadas para o próximo dia 30 de Julho e os Bispos católicos locais já pediram que a população se oponha a “qualquer forma de violência” e à “manipulação” durante a campanha eleitoral, que começa amanhã.

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