D. Carlos Azevedo pede «nova forma de fazer política, diferente do clientelismo e dos interesses partidários» Em ano de eleições, D. Carlos Azevedo afirma ser fundamental as pessoas terem critérios assentes em princípios, “para que a sua decisão corresponda aos valores que querem ver continuados”. O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social afirma que se percebe uma “ausência de princípios e a crise é uma consequência disso mesmo. O que vale são os objectivos, independentemente de estarem ou não de acordo com princípios”. Com o objectivo de ajudar as pessoas a perceber os fundamentos da sua própria acção, a reflectir sobre a realidade política, económica e educacional, sectores correspondentes “às grandes áreas governativas, culturais e da acção empresarial”, a Fundação SPES organiza um curso livre «Ética e Política». O Bispo auxiliar de Lisboa e também Presidente da Fundação SPES, foca que “tanto a sociedade civil como os agentes políticos, económicos e culturais devem ter conta os princípios orientadores da sua própria acção”. Nesse sentido, esta organização é uma oportunidade para “rever critérios”. D. Carlos Azevedo afirma ser essencial chegar a novas gerações “para que despertem para esta nova forma de fazer política, diferente do clientelismo e dos interesses partidários, mas orientado para o bem comum nacional”. O curso, com 12 temas que percorrem áreas políticas, económicas, culturais, contextualizados nacional e internacionalmente, decorre simultaneamente em Lisboa e no Porto. Os oradores convidados são nomes ligados aos diversos quadrantes da vida pública, alguns protagonistas outros intervenientes nas decisões políticas. Destaque para a presença de Paulo Rangel, Marçal Grilo, António Barbosa de Melo, Guilherme de Oliveira Martins e Adriano Moreira. D. Carlos Azevedo indica que esta opção pretende fazer “questionar os interventores. Certamente que as questões levantadas no debate vão ajudar a ir mais fundo e a interpelar também os oradores”. O facto de serem actores políticos actuais, que “estão no dia-a-dia político”, contraria a tendência de se cair em “filosofias distantes da realidade. São pessoas que sabem a dificuldade que é governar e viver uma ética de acção política”. O conjunto de intervenientes são personalidades de diferentes quadrantes ideológicos. Um sinal que “mesmo partindo de diferentes ideários, o fundamental são os valores e princípios que os sustentam”. O curso livre será uma oportunidade de reflexão. O Bispo auxiliar de Lisboa explica que pedagogos e educadores sociais têm depois o dever de “dentro de uma grelha de análise da realidade, defenderem os princípios”, para que todos, interpretes, analistas e também o cidadão comum se sintam envolvidos no debate e reflexão. “Quando princípios como a liberdade, a verdade e a justiça forem postos em causa, os educadores devem ser capazes de os defender”. D. Carlos afirma que será esta pedagogia “que fará chegar ao grande público uma arte de pensar e uma auto-crítica da realidade”. Programa Lisboa O curso arranca em Lisboa no dia 12, com “Ética e Política”, por Marçal Grilo, antigo ministro da Educação; dia 14, “O Bem Comum” por António Barbosa de Melo, da UCP; “Natureza, origem e exercício do poder político” I e II, dias 19 e 21 de Janeiro, Manuel Fontaine, da UCP; dia 27 “Os direitos e deveres fundamentais do homem” por Jorge Miranda, constitucionalista; “Problemas maiores dois sistemas políticos hodiernos” no dia 28 de Janeiro, pelo líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel; dia 2 de Fevereiro, “A paz e a comunidade mundial” por Adriano Moreira, Presidente da Academia das Ciências de Lisboa; “Política e religião”, no dia 4 de Fevereiro por Jorge Cunha, da UCP Porto; “Globalização e a sua potencialidade integradora”, dia 9 de Fevereiro, por Manuela Silva, antiga presidente da Comissão nacional Justiça e Paz; dia 11, “A economia na sua tensão com a ética” por José Manuel Moreira, da Universidade de Aveiro; “As questões da Justiça e da solidariedade social”, dia 16 de Fevereiro por Acácio Catarino, Consultor social; “A Cultura e a Educação” encerra o curso, dia 18 de Fevereiro, por Guilherme de Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura. Porto Dia 13 de Janeiro, “Ética e Política”, por João Duque da UCP; dia 15 de Janeiro, “O bem comum”, por João Carlos Loureiro, da Un. de Coimbra; nos dias 20 e 22 de Janeiro, “Natureza, origem e exercício do poder político” I e II, por Afonso Vaz, da UCP Porto; no dia 27 de Janeiro, “Os direitos e deveres fundamentais do homem”, por Catarina Botelho, da UCP Porto; no dia 29 de Janeiro, “Problemas maiores dois sistemas políticos hodiernos”, por Paulo Rangel, líder parlamentar do PSD; no dia 3 de Fevereiro, “A paz e a comunidade mundial”, por Isabel Tavares, da UCP Porto; no dia 5 de Fevereiro, “Política e religião”, por Jorge Cunha, da UCP Porto; no dia 10 de Fevereiro, “Globalização e a sua potencialidade integradora”, por Manuela Silva, antiga presidente da Comissão nacional Justiça e Paz; dia 12 de Fevereiro, “A economia na sua tensão com a ética”, por José Manuel Moreira, Un. Aveiro; dia 17 de Fevereiro, “As questões da Justiça e da solidariedade social”, por Catarina Carvalho, da UCP Porto; 19 de Fevereiro, “A Cultura e a Educação”, por Joaquim Azevedo. Director do Centro Regional da UCP Porto.