Crise: Dificuldades económicas vencem-se com sentimentos positivos, diz psicóloga

«Experiências emocionais negativas» e «desespero» complicam resolução de obstáculos, considera Helena Marujo

Lisboa, 17 jan 2012 (Ecclesia) – Os sentimentos otimistas contribuem para ultrapassar as dificuldades, enquanto que as convicções pessimistas ampliam os entraves, considera a psicóloga Helena Marujo.

“Se estivermos só a viver experiências emocionais negativas não conseguimos ter a capacidade e vitalidade para enfrentar ou fugir do obstáculo”, afirmou a professora universitária ao programa 70X7 transmitido este domingo na RTP-2.

Ao analisar o contexto económico adverso anunciado para 2012, a docente propôs uma mudança na “linguagem” dos media e das conversas pessoais, dando mais atenção aos “muitos sinais” de esperança.

Recordar os sucessos do passado também contribui para relativizar as dificuldades: “Temos de nos agarrar a uma visão histórica do que fomos conseguindo para sermos capazes de olhar o futuro com alguma confiança, porque se o que tivermos é desespero seremos incapazes de avançar”, explicou.

“Tivemos sempre a capacidade de aproveitar os piores momentos para trazer ao de cima aquilo que somos mais capazes”, acrescentou a especialista, que prescreve uma “dieta emocional positiva” para enfrentar limitações que estão fora do controlo pessoal mas não podem impedir os portugueses “de continuar a lutar pela excelência”.

O ser humano precisa “no mínimo de três aspetos positivos para compensar um negativo”, frisou a psicóloga, que criticou a convicção de que a felicidade depende dos recursos financeiros e da ostentação.

“Fomos alimentados pela ideia de que seríamos mais felizes se tivéssemos mais coisas e de que o nosso estatuto dependia do número de metros quadrados da nossa casa, da potência dos nossos automóveis, das marcas, do ter ou não o telemóvel de última geração”, observou.

Ao fazer o balanço dos aspetos favoráveis e adversos do sistema económico dominante nas décadas recentes, Helena Marujo salientou que “o mundo precisa de se reger por novos valores”.

“Os valores de uma economia capitalista centrada no sucesso individual e na competitividade, que marcaram o século passado, mostraram-nos que foram muito bons para elevarmos a qualidade de vida material mas também nos impediram de alimentar outras coisas essenciais”, referiu.

Dos ideais proclamados em 1789 pela Revolução Francesa, liberdade, igualdade e fraternidade, este terá sido, segundo a psicóloga, o menos valorizado, mas agora está a emergir na crise, relembrando que “o mais importante das sociedades é a relação entre as pessoas”.

O programa 70X7 transmitido este domingo na RTP-2 recolheu as perspetivas de personalidades da Igreja Católica para este ano.

70X7/RJM

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