Protestos da «Geração à Rasca» e dos camionistas abordados no final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal
Fátima, Santarém, 14 Mar (Ecclesia) – O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa elogiou hoje em Fátima o carácter ordeiro e pacífico do protesto da autodenomiada «Geração à Rasca», que levou centenas de milhares de pessoas às ruas do país.
Falando aos jornalistas, no final da reunião do Conselho Permamente da CEP, o padre Manuel Morujão destacou que estes portugueses “se manifestaram de uma maneira muito ordeira, muito pacífica”.
“O povo português, mesmo descontente, mesmo que se sinta à rasca, como assim chamaram esta geração, sabe portar-se com dignidade”, disse o sacerdote, em Fátima.
Para o responsável, esta atitude “é um argumento a mais para que estas classes sociais mais desfavorecidas, sobretudo os jovens desempregados, com empregos precários, possam ser atendidas pelas autoridades devidas, neste caso o Governo”.
“Há que não desistir e há que esperar também que as autoridades abram os ouvidos para ouvir e, sobretudo, o coração para que se melhore a situação presente”, acrescentou, frisando que “seria uma catástrofe perder a esperança”.
O porta-voz da CEP admitiu que medidas como “restringir durante anos seguidos as pensões mínimas” não dão “contentamento a ninguém”, especialmente “quando há outras despesas a nível da máquina governativa e de altos cargos com vencimentos elevadíssimos; é por aí certamente que há que cortar, em favor dos que estão pior”.
“São esses que precisam de ser aliviados do peso que têm em cima de si, o peso de comprar o pão e os remédios, que não são dispensáveis, não são luxos”, disse ainda.
A propósito da paralisação por tempo indeterminado das transportadoras,iniciada esta segunda-feira, o padre Manuel Morujão afirmou que o diálogo “é uma palavra que nunca deve terminar” e que “as rupturas são de evitar”.
Lusa/OC