Instituição é procurada «não apenas pela mensagem de esperança mas também pela ajuda material»
Fátima, Santarém, 02 dez 2011 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima considera que os católicos estão obrigados a responder às necessidades dos mais pobres e salienta que a instituição está a reforçar a dimensão social e caritativa.
“Por muita necessidade que cada um de nós tenha, pode sempre ajudar alguém. E esse será um desafio não só para aqueles que são peregrinos de Fátima mas também um desafio lançado por Nossa Senhora a todos os que partilham a mesma fé”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas esta quinta-feira, no Santuário da Cova da Iria.
As declarações aos jornalistas foram feitas depois de o responsável ter anunciado que a pergunta “Quereis oferecer-vos a Deus?” é o tema do Santuário para 2011-2012, no quadro das comemorações do centenário das aparições, que será assinalado em 2017.
A interrogação, que segundo o testemunho das crianças Lúcia dos Santos e Francisco e Jacinta Marto lhes foi dirigida a 13 de maio de 1917 pela Virgem Maria, na sua primeira aparição, recorda que “neste tempo de crise e de drama para tanta gente” ninguém está dispensado de “ajudar quem quer que precise de ajuda”, sustentou o sacerdote.
“As pessoas procuram o Santuário não apenas pela mensagem de esperança mas também pela ajuda material, sobretudo nestes tempos conturbados”, referiu o sacerdote, acrescentando que a instituição, de acordo com os seus estatutos, mantém o apoio às entidades coletivas que requerem apoio.
Os recursos financeiros são insuficientes para atender os pedidos: “O Santuário não tem capacidade para responder a todas as solicitações e não pretende ser a solução para esses problemas. Pretende, isso sim, dar resposta imediata a algumas necessidades, e isso temo-lo muito a peito”.
O responsável referiu à ECCLESIA no início de julho, menos de um mês depois da tomada de posse como reitor, que entre as suas prioridades estava a “dimensão sociocaritativa”, nomeadamente na atual situação de “crise económica”.
O reitor sustenta que a mensagem de Fátima “não perdeu nenhuma da sua frescura” e continua a ser “plenamente atual, sejam quais forem as circunstâncias”, como é comprovado pelo facto de o Santuário ser “um fenómeno plenamente eclesial mas também plenamente popular, no sentido em que as multidões acorrem”.
As dimensões “mais relevantes” do programa para 2011-12 destacam as vertentes da evangelização, tornando Fátima uma “escola de fé”, além da “caridade” e da profecia, visando esta “surpreender” e chamar a atenção “para as dificuldades e desafios do mundo atual para a fé cristã”.
O conjunto de iniciativas previsto compreende um ciclo de conferências, ao ritmo de uma por mês, até abril de 2012, e um simpósio teológico-pastoral nos dias 15 a 17 de junho, que vai abordar os “Horizontes contemporâneos da entrega de si”.
De acordo com o testemunho, reconhecido pela Igreja Católica, das três crianças conhecidas como Pastorinhos de Fátima, ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre maio e outubro de 1917.
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