Organização católica associou-se a campanha nacional de recolha de material escolar
Leiria, 08 set 2014 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa disse à Agência ECCLESIA que é preciso “coragem” e “determinação” por parte dos decisores políticos e de toda a sociedade para enfrentar os problemas da pobreza infantil e do abandono escolar.
“É importante não esquecer que Portugal está nos lugares cimeiros da pobreza infantil”, declarou Eugénio Fonseca, que participou como voluntário na campanha nacional de recolha de material escolar que decorreu entre sábado e domingo.
A iniciativa resultou de uma parceria com a Associação ‘Karingana wa Karingana’ e o Instituto de Apoio à Criança.
O material recolhido vai ser distribuído pela rede nacional da Cáritas às famílias carenciadas com crianças em idade escolar.
Para o presidente da Cáritas Portuguesa, o objetivo é “possibilitar às crianças que se sentem nos bancos da escola e que não haja diferenças entre elas”.
“Que não sejamos responsáveis, pela nossa omissão, da vontade que muitas crianças vão tendo de abandonar a escola”, apelou, falando num “problema que se tem vindo a acentuar nos últimos anos”.
O presidente da Karingana wa Karingana, Tiago Bastos, elogia a adesão a esta “iniciativa pioneira” e a “grande generosidade dos portugueses”.
“As pessoas estão a assimilar e esperamos estar a construir os alicerces para futuras campanhas, com grande sucesso, como esta”, disse à Agência ECCLESIA.
Os dados divulgados até ao momento revelam que até ao final da manhã de sábado cerca de 15 mil pessoas tinham entregado o seu contributo na região da grande Lisboa, o que equivale a mais de 30 mil artigos em material escolar.
Júlio Martins, presidente da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima, realça por seu turno que muitas famílias manifestam dificuldades na compra deste material, no início de um novo ano escolar, pelo que a campanha se revela "uma ajuda preciosa".
Os últimos relatórios anuais da Cáritas Europa sobre o impacto da crise têm chamado a atenção para a taxa de pobreza infantil em Portugal, que ultrapassa os 22% e se encontra acima da média da União Europeia.
HM/OC