Crise: Cáritas de Lisboa fala em casos «críticos»

«A realidade das pessoas com que lidamos todos os dias tem-se agravado de forma relativamente acentuada», diz presidente

Lisboa, 09 mar 2012 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana de Lisboa está sem meios para responder aos pedidos de ajuda, que são cada vez em maior número, afirma o presidente da instituição.

“Continuam a chegar-nos casos muito críticos e não temos hipótese material de recorrer a todas as situações”, afirmou José Frias Gomes à ECCLESIA, salientando que “cada vez há mais casos de atendimento”.

Ao aumento no número de pessoas que batem à porta do organismo católico junta-se a severidade dos casos.

“A realidade das pessoas com que lidamos todos os dias tem-se agravado de forma relativamente acentuada”, sublinhou o responsável, acrescentando que o problema maior é o “sofrimento e os riscos que as famílias estão a correr”.

A ajuda é prestada com recursos da Cáritas de Lisboa e do Fundo Diocesano Solidário, que vai ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo.

As pessoas e famílias a ajudar pela Cáritas são encontradas através da rede montada a partir de organismos paroquiais, como centros sociais e movimentos que trabalham no apoio aos carenciados.

“Depois de os casos serem sinalizados no terreno são-nos encaminhadas as solicitações de apoio devidamente caracterizadas e os montantes necessários”, disse José Frias Gomes.

O serviço de atendimento da Cáritas Diocesana, localizado na sede, e a Loja Solidária “É dado”, onde se distribuem roupas, brinquedos e livros escolares, servem igualmente para detetar os casos de necessidade económica.

A instituição está também a trabalhar num refeitório social para idosos no Concelho de Cascais, em cooperação com centros sociais e comunitários, a partir de um lar gerido pela Cáritas “que é reconhecido como exemplar pelos serviços públicos e autárquicos”.

O apoio aos idosos passa por “levar alimentos” às suas casas e, “mais importante, levar-lhes uma palavra de conforto e companhia”, sublinhou.

A Cáritas quer estar atenta às pessoas sós, cooperando com outras entidades sociais religiosas e civis, ao mesmo tempo que procura cativar e dar formação a voluntários para este acompanhamento.

No âmbito da Semana Cáritas, que termina no domingo, a instituição vai realizar um encontro para voluntários.

“É uma forma de confraternizar com as pessoas que querem dispor-se a favor dos outros, dando o seu tempo e a sua ajuda com a Cáritas Diocesana de Lisboa”, referiu.

A iniciativa serve também para relançar as atividades previstas para este ano, “que são cada vez mais duras”, já que “muitos voluntários trabalham e têm famílias”, o que lhes traz “um grau acrescido de dificuldade”, acentuou o responsável.

O programa ECCLESIA na Antena 1 de domingo, transmitido a partir das 6h00 e disponível na internet na segunda-feira, apresenta esta entrevista a José Frias Gomes, entre outros apontamentos sobre a Semana Cáritas, dedicada ao lema “Edificar o bem comum, tarefa de todos e cada um”.

PRE/RJM

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