Organização católica alerta para consequências da instabilidade política
Fátima, Santarém, 13 Fev (Ecclesia) – A Caritas Portuguesa revelou um aumento no número de pessoas que recorrem aos seus serviços de ajuda, em consequência da crise e das novas regras de acesso a subsídios, por parte do Estado.
Em comunicado hoje enviado à Agência ECCLESIA, a instituição fala em mais “novos casos” de atendimento social e afirma que “já se notam as implicações decorrentes da apresentação das Provas de Condição de Recursos que levou muita gente a perder o acesso ao RSI ou a não ter acesso ao subsídio social de desemprego”.
Às forças políticas do país, a Caritas pede que evitem “posições que contribuam para a criação de circunstâncias de instabilidade que tornem mais periclitante a situação” em Portugal.
Após a reunião da Comissão Permanente da organização católica para a solidariedade, que decorreu em Fátima, no último dia 12, os responsáveis da Caritas alertam para os “impactos das medidas implementadas pelos PEC’s e pelo Orçamento de Estado, nomeadamente, no aumento dos bens alimentares, no corte da comparticipação em determinados medicamentos e a alteração das regras no acesso a bolsas de estudo de alunos universitários.
A Caritas adiantou que o fundo solidário criado em 2010 pela Conferência Episcopal Portuguesa angariou mais de 505 mil euros, “dos quais foram entregues 137 740,24€ a casos apresentados” por dez das vinte dioceses portuguesas.
“Porque irão aumentar as solicitações, foi recomendado que se incentivasse a solidariedade da população, em particular das comunidades cristãs, manifestada na comparticipação destas e das Dioceses na solução dos problemas apresentados”, assinala o comunicado da instituição.
A organização católica admitiu “cansaço e desânimo” entre os agentes do atendimento social das Caritas diocesanas, “devido às fortes pressões exercidas pelas necessidades apresentadas e às fracas possibilidades para as enfrentar, acrescidas pelas insuficiências financeiras da Segurança Social”.
A Comissão Permanente da Caritas defende “a necessidade dos partidos, com assento parlamentar, assumirem um pacto de regime para que sejam viabilizadas opções políticas conducentes à protecção dos que estejam, económica e socialmente, mais fragilizados”.
Nos trabalhos foi ainda definido o programa nacional para assinalar o Dia da Caritas que ocorrerá a 27 de Março na cidade de Santarém sob o lema «Ser voluntário. Ser solidário».
O Conselho Geral da organização vai decorrer entre os dias 8 e 10 de Abril, na Figueira da Foz, promovendo “uma avaliação da acção da Caritas no combate à crise global”.
OC