Porto, 23 mar 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto apelou a um reforço da solidariedade, numa altura de sacrifícios e de “encurtamento de expectativas”, e pede que o problema dos “mais frágeis” fique na primeira linha das preocupações do Estado.
“A par dos sacrifícios que teremos de fazer e do encurtamento das expectativas pelo menos durante algum tempo, tem de haver uma grande presença da solidariedade”, declarou D. Manuel Clemente, em entrevista à Agência Lusa, hoje publicada.
Reconhecendo que a situação do país “é muito complicada”, o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destaca, no entanto, que “a primeira obrigação do Estado, como promotor do bem comum, é atender aos problemas dos mais frágeis, dos mais pobres”.
Para o prelado, que tomou posse na Diocese do Porto há cinco anos, essa preocupação deve ser de curto prazo, “ao encontro de situações que precisam de ser imediatamente resolvidas”, mas também de médio prazo, “no sentido de criar as condições para que essas necessidades sejam satisfeitas de uma forma sustentada”.
Questionado sobre leis ditas ‘fraturantes’, como o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo, D. Manuel Clemente disse que, “independentemente do aspeto confessional”, essas matérias devem “manter-se no debate” e “depois tirar daí consequências legais, quando for caso disso”.
Questionado sobre a necessidade de se avançar para a regionalização, o responsável afirma não ter “grandes dúvidas” de que se deve avançar já para a descentralização, “independentemente do aspeto administrativo”.
OC