Crise: Bispo de Beja critica lógica que coloca «economia acima do direito à realização das pessoas»

D. António Vitalino desafia comunidades a contrariarem esta tendência através do «testemunho de vidas com sentido»

Beja, 15 nov 2011 (Ecclesia) – O bispo de Beja considera que as políticas de contenção impostas pela atual conjuntura financeira não podem omitir “principios básicos de dignidade humana”, como o direito ao trabalho e à assistência social.

“Um aumento explosivo do desemprego e a falta de meios para proteger os mais frágeis põem em perigo a própria sociedade”, realça D. António Vitalino, na sua nota semanal para a ‘Rádio Pax’, enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Para o prelado, o problema está, antes de mais, centrado numa lógica que coloca “o dinheiro e a economia acima do direito à realização das pessoas”.

Uma “realização integral” que, acrescenta, não se obtém “apenas no trabalho remunerado”, mas em muitas outras áreas “fora do circuito económico”.

“Os pensadores, os contemplativos, a vida de convivência familiar, o cultivo da amizade, o voluntariado religioso e social e muitos outros, contribuem para a beleza e realização da humanidade”, sustenta o bispo de Beja.

Aquele responsável desafia as comunidades cristãs a contribuírem para mudar este paradigma através do “testemunho de vidas com sentido na dimensão pessoal, familiar, social, cultural, política e económica”.

“Vidas com esperança, amor e alegria, valores que nem sempre o dinheiro, o poder e o consumo fomentam”, conclui.

JCP

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Agência ECCLESIA

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