D. Jorge Ortiga desafiou cristãos a «incomodarem» quem tem poder de resolver problemas do país
Braga, 17 set 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga desafiou este domingo os católicos da região a questionarem o poder político e todos os que têm responsabilidades na atual crise que afeta o país, para evitar o “desencanto e a desilusão”.
“São necessárias ações concretas que incomodem a quietude de quem deveria resolver os problemas fundamentais”, afirmou D. Jorge Ortiga, na peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Alívio, em Vila Verde, Arquidiocese de Braga, que reuniu milhares de fiéis.
O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social admitiu que muitos foram surpreendidos com as “novas medidas de austeridade” anunciadas pelo Governo e sustentou que é necessária “uma mudança de paradigma”.
“Essa mudança deve começar no coração de cada um, para que produza obras que incomodem a paralisia económico-social. Que as obras de amor brilhem nesta escuridão, porque, apesar de tudo, vale mesmo a pena viver neste tempo concreto da história da humanidade”, referiu, numa homilia divulgada pelo site diocesano.
Para D. Jorge Ortiga, cada católico deve ser capaz de estar “presente e ao lado dos mais débeis e frágeis”, lutando contra a “resignação”, como pede Bento XVI.
O arcebispo de Braga aludiu, por outro lado, à “inércia” dos cristãos no que diz respeito à afirmação da sua fé na cultura de hoje.
“Muitas vezes, a vergonha apodera-se e o silêncio esmaga as nossas palavras de verdade, justiça e esperança”, lamentou.
Antecipando o Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), proclamado pelo Papa nos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965), D. Jorge Ortiga disse que “os tempos são agora outros e os discípulos devem saber dar as razões da sua fé”.
“A Arquidiocese [de Braga] preparou um pequeno guião com doze catequeses para este ano pastoral, de modo a reaprendermos os conteúdos do Credo que professamos em todas as eucaristias”, revelou.
OC