Igreja procura soluções A Bolívia está à beira de uma guerra civil, apesar da demissão do presidente Carlos Mesa. Nem mesmo a perspectiva de convocação imediata de eleições gerais, devido à grave crise política e social que abala o país há mais de duas semanas, parece capaz de acalmar os manifestantes. A Igreja Católica, que tem assumido um papel essencial na mediação do conflito, não desiste de tentar encontrar uma solução pacífica para a onda de contestação social, destinada a conseguir a nacionalização do sector do gás na Bolívia. O Bispo de El Alto e vice-presidente da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), D. Jesus Juárez, assegurou que “a Igreja vai continuar a procurar possíveis saídas para a crise, que se pode agudizar com os recentes acontecimentos políticos”. A Igreja “apoia o processo democrático e o Estado de Direito, este sistema de vida fraterna que nos dá muitas liberdades”, disse o representante da Igreja, que actua como mediadora do conflito desde a passada sexta-feira. Devido ao ambiente de tensão que se vive na capital La Paz, o parlamento não se reuniu terça-feira para validar a demissão de Mesa e designar um sucessor, nem para escolher uma data para eventuais eleições gerais antecipadas. O Bispo de El Alto defende que o parlamento tem de dar uma resposta à renúncia de Mesa e procurar a solução constitucional “mais adequada para satisfazer os pedidos da população boliviana”. Dezenas de milhares de pessoas, segundo os organizadores, manifestaram-se terça-feira no centro de La Paz para reclamar a nacionalização dos hidrocarbonetos. Neste Domingo, Bento XVI alertara a comunidade internacional para a crise que atinge a Bolívia, que considerou como uma “situação preocupante”, pedindo aos católicos que rezem pelo povo desse país sul-americano.
