Conclusões da V Assembleia Nacional de Crianças Teve lugar entre os dias 28 e 30 de Outubro a V Assembleia Nacional de Crianças, da CNASTI – Confederação Nacional de Acção Sobre o Trabalho Infantil, em Vila Praia de Ancora, com mais de 50 crianças representantes de todo o país, entre elas algumas provenientes dos PIEFs – Programas Integrados de Educação e Formação, do PETI – Programa para a Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil. Esta Assembleia teve como tema central: «Gostar de Viver a Escola». Ao longo dos três dias da Assembleia o assunto foi debatido em três tempos. O primeiro consistiu em descobrir as realidades das crianças à escala global através do «Jogo das Civilizações». As crianças percorreram três percursos, um por África, outro pela América Latina e acabaram na Ásia. Constataram a realidade que os circundava, que direitos são os seus e o porquê de em muitos locais deste mundo muitas crianças não irem à escola e trabalharem. O segundo tempo recorreu a uma técnica de animação, o «Paredão», onde cada grupo organizou um jornal de parede sobre temáticas como: o professor perfeito; o aluno perfeito; quem não vai à escola; os direitos e os deveres dos alunos e professores; a família na escola; o lado bom da escola; entre outros. No terceiro tempo, foram apresentadas as conclusões através do Parlamento Juvenil que reflectiu sobre a escola do futuro: que tipo de escola querem as crianças e adolescentes deste país? A primeira conclusão a ressalvar destaca a importância de dar uma maior relevância às crianças e adolescentes nas tomadas de decisão no universo escolar. As crianças e adolescentes defenderam que também eles têm uma opinião válida e que deve ser escutada: pelos conselhos executivos, pelos professores, e outros intervenientes no processo educativo. O papel do professor foi também muito destacado. Este, segundo as crianças, deve ter uma acção orientadora, estar presente, saber ouvir e ser capaz de investir mais nas aulas em espaços abertos, mais apelativas e atractivas, recorrendo a técnicas de animação e outras ferramentas como o computador, o filme, entre outros. Foi dado uma especial importância às novas tecnologias e ao desporto. As crianças e adolescentes presentes defenderam que a escola do futuro deve ter, pelo menos, um computador por sala, que permita aos alunos estabelecer uma maior interactividade entre as matérias e os conteúdos disponíveis na Internet dando assim mais importância à sua autonomia. Os grupos de crianças e adolescentes defenderam que todas as escolas deveriam ter instalações desportivas de qualidade, que lhes permitisse, ter aulas de Educação Física em condições condignas e praticar o seu desporto favorito durante os intervalos. Acharam importante que fossem criadas condições para que nas escolas todos os alunos com dificuldades pudessem receber mais apoio. Entretanto acharam que seria muito proveitoso haver mais visitas de estudo, mais momentos para saírem da escola e conhecerem a realidade à sua volta. Outra questão apontada foi o facto de muitas escolas não terem equipamentos para a sua ocupação dos tempos livres. Todas as escola deveriam ter espaços e profissionais capazes de assegurar nos tempos fora de aulas, como a falta inesperada dos professores e intervalos, para que os alunos pudessem usufruir de uma ocupação daqueles tempos, de forma mais saudável e atractiva. Defenderam ainda, que devia ser dada outra importância ao Ensino Secundário e que a Universidade deveria ser gratuita. A organização esteve a cargo da Comissão Executiva da CNASTI. Os trabalhos foram orientados pela Equipa Pedagógica coordenada pelo Animador e Educador Social Abraão Costa e pela Socióloga Raquel Louro, com o apoio de uma equipa multidisciplinar de oito animadores que incluiu psicólogos, educadores de infância, e animadores socioculturais. Teresa de Jesus Rodrigues Costa, Presidente da Comissão Executiva da CNASTI