Criança aguarda decisão sobre alegada blasfémia

Líderes islâmicos no Paquistão pressionam juízes para que Rimsha Masih seja punida por profanação ao Corão

Lisboa, 30 ago 2012 (Ecclesia) – O tribunal de primeira instância de Islamabad adiou para sábado a decisão sobre o pedido de libertação de Rimsha Masih, criança presa no último dia 16 sob a acusação de “blasfémia”.

A agência católica AsiaNews revelou hoje que os juízes optaram por novo adiamento (o primeiro tinha sido decidido na quarta-feira) sob “pressão” dos líderes religiosos, acabando por manter a menor na prisão durante mais dois dias.

A criança, de uma igreja protestante, teria alegadamente queimado páginas de um livro com passagens do Corão.

Em causa está o artigo 295 do Código Penal paquistanês: a secção B refere-se a ofensas contra o Corão que são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a atos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.

A defesa de Masih, menina com a síndrome de Down, espera que os resultados da observação da comissão médica permitam que o juiz anule a acusação.

Segundo a AsiaNews, peritos e estudiosos da lei islâmica estiveram no tribunal para “contestar” os resultados da observação da comissão e exigir que a criança seja punida.

Entre as questões em aberto está a definição da idade da menor e se a mesma sofre ou não de perturbações mentais.

“As ameaças à segurança de Rimsha Masih são cada vez mais fortes e não está colocada da parte a hipótese de que algum elemento fanático ou grupo extremista planeiem assassina-la”, refere a agência de notícias especializada em assuntos da Ásia.

OC

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