Covid-19: «Temo pela classe média», diz responsável pela Unidade Pastoral de Nova Oeiras e S. Julião da Barra (c/vídeo)

Padre Nuno Westwood destaca mobilização da comunidade católica para ajudar populações fragilizadas

Lisboa, 31 mar 2020 (Ecclesia) – O responsável pela Unidade Pastoral de Nova Oeiras e S. Julião da Barra, no Patriarcado de Lisboa, alerta para as consequências sociais da pandemia de Covid-19, elogiando a mobilização da comunidade católica para ajudar populações fragilizadas.

“A caridade é uma marca cristã e nestes momentos temos que dar provas disso mesmo” salientou hoje o padre Nuno Westwood, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O sacerdote dá como exemplo os ‘Bons Vizinhos’, um grupo de paroquianos que com a devida formação e as proteções preconizadas pela DGS, está a dar apoio nas compras de farmácia e supermercados.

Olhando o futuro, este pároco teme a repetição de um passado recente que estava quase ultrapassado.

“Temos essencialmente pela classe média que vai perder os seus salários, perder o seu emprego e com muitíssima dificuldade depois pagar as suas rendas e despesas habituais, e neste momento ainda não estamos preparados para situações futuras que se afiguram graves”, adverte.

A Unidade Pastoral de Nova Oeiras e S. Julião da Barra conta também com um grupo de visitadores que fazia um itinerário pelas casa das pessoas mais idosas e que moram sozinhas.

“Uma iniciativa que se mantém, mas agora concretizada mais à distância através do telefone”, explica o responsável católico.

Há ainda uma equipa de médicos que passa receitas online, para evitar que as pessoas se tenham de deslocar ao Centros de Saúde.

O atual momento é difícil e não faltam desafios a gestos solidários da comunidade, um trabalho de apoio social que, “sendo urgente e necessário, não pode perder o horizonte da segurança”.

A tentação  é querer fazer tudo e manter toda a normalidade, mas a caridade também nos desafia a ter o máximo cuidado com as pessoas, evitando a propagação deste vírus”.

O padre Nuno Westwood destaca o esforço para manter a comunidade unida através da transmissão online dos principais momentos litúrgicos.

“É curioso que acabamos por ter muito mais gente a participar na Eucaristia do que o fazem em tempos normais na Igreja”, assinala.

A Unidade Pastoral mantém também o apoio às famílias carenciadas já referenciadas pelos serviços sociais; perante o atual momento e com uma maior dificuldade em aceder regularmente ao Banco Alimentar, ganha relevo o auxílio dos paroquianos e um donativo atribuído pela Cáritas Diocesana de Lisboa.

“É um donativo que reverte todo ele em favor da aquisição de bens alimentares para apoio das famílias mais carenciadas”, explica o padre Nuno Westwood.

Em cada paróquia, há 50 famílias a receber este auxílio alimentar, que resulta num total de mais de cem famílias, cerca de 300 pessoas.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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