Covid-19: Regresso «prudente» das celebrações retoma a «identidade sacramental comunitária» da Missa, afirma o padre António Martins

Capela do Rato, em Lisboa, há um ano que leva a Missa a outras «paredes e a outros caminhos»

Lisboa, 15 mar 2021 (Ecclesia) – O capelão da Capela do Rato disse à Agência ECCLESIA que a comunidade está a planear um “regresso prudente” das celebrações da Missa com assembleia para ultrapassar o “adiamento da identidade comunitária sacramental” determinada pelo confinamento por causa da pandemia.

“Estamos adiados no cumprimento da identidade sacramental comunitária, real”, afirmou o padre António Martins sobre a ausência de culto público, que termina esta segunda-feira.

Para o capelão da Capela do Rato e professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, “a presença real não é apenas de Cristo na Eucaristia, é a presença concreta de cada cristão, de cada crente na realidade do seu corpo, presente, vivo, a fazer o corpo da comunidade, que é o Corpo de Cristo”.

O padre António Martins disse que a experiência de celebrar numa igreja vazia é uma “grande dor de alma” e projeta o recomeço das missas com a presença de assembleia, primeiro com a Eucaristia  dominical às 11h00 e depois também às 12h30, mantendo a transmissão pela internet.

“As ligações digitais vieram para ficar”, disse o professor da Faculdade de Teologia a pensar nas pessoas que não podem participar e, através da internet, sentem-se “ligadas à comunidade”.

Desde o mês de março de 2020, a transmissão da Missa da Capela do Rato é assegurada semanalmente por Emanuel Soeiro, que gere também a página da internet da comunidade e, após ter sido desafiado pelo padre António Martins, sentiu a “urgência de fazer chegar a Eucaristia à casa das pessoas”.

“Se zelamos pelo cuidado da igreja, este chegar a pessoas requer a mesma exigência e sensibilidade. Temos de dar o nosso melhor para que o Senhor se possa encontrar noutras paredes, noutros caminhos, fora da igreja, com a mesma simplicidade, mas com o cuidado que merece”, afirmou Emanuel Soeiro.

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa determinou o recomeço das celebrações com a presença da assembleia esta segunda-feira, dia 15 de março, possibilidade prevista também no decreto 4/2021 de 13 de março da Presidência do Conselho de Ministros, que regulamenta o estado de emergência decretado pelo presidente da República  e prevê a “participação em cerimónias religiosas, incluindo celebrações comunitárias”.

PR

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Agência ECCLESIA

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