Covid-19: Pedro Simas aponta sinais de esperança para 2022

Especialista acredita que o mundo vai virar a página da pandemia

Foto: Lusa

Lisboa, 31 dez 2021 (Ecclesia) – O virologista Pedro Simas afirmou que há sinais de esperança para 2022, no que diz respeito à pandemia de Covid-19, referindo que o cenário atual é característico de uma “situação endémica”.

“Podemos encarar toda esta evolução viral de uma forma muito otimista, porque neste momento temos o que é característico de uma entrada em situação endémica, temos um número alto de infeções para um número muito baixo e estável de mortes, devido ao sucesso da vacinação”, referiu à Agência ECCLESIA o docente da Universidade Católica Portuguesa.

Convidado a fazer o balanço do ano que agora termina, Pedro Simas realçou que “a esperança é uma caraterística da humanidade”

Se em 2020, a esperança se situava no aparecimento de uma vacina para combater a Covid-19, essa esperança materializou-se ao longo dos últimos meses “com a ciência e com os grandes avanços que esta fez”.

Recordando um início de 2021 muito atribulado, com um “número alto” de infeções, Pedro Simas refere que “aquele período foi difícil e infelizmente aconteceu, mas não se conseguiu evitar”.

“Depois voltou a esperança, porque as vacinas são seguras e eficazes porque salvam vidas”, sublinhou o virologista.

O entrevistado salienta ainda que participou numa “ação muito ativa nos lares” e foi preparado um plano testagem preventiva com diversas instituições.

“Com este plano evitamos mais de 900 surtos em lares”, sublinhou.

Com o outono deste ano, “começou outra vaga de infeções”, agora no contexto “do grande êxito que Portugal teve no programa de vacinação”, um processo “extremamente bem organizado” que “transmitiu muita confiança”, também graças ao facto de ter envolvido militares, com a sua imagem de “rigor”.

Pedro Simas assinala que a cultura portuguesa acredita “nas vacinas e na ciência” e os meios de comunicação social “também tiveram um envolvimento incansável nas conversas com cientistas, para explicar que as vacinas eram a solução”.

A nova variante do vírus, Ómicron, chegou a Portugal num momento em que o país tem praticamente 90% da população vacinada e com as terceiras doses dadas na população acima dos 70 anos.

Para o especialista, a situação seguiu aquilo que “era expectável que acontecesse para os coronavírus”, pelo que as variantes que vão aparecendo “são mais infeciosas, têm mais facilidade em transmitir-se entre as pessoas, mas são menos virulentas”.

“A evolução da pandemia não para, mas penso que na altura da Páscoa tudo vai estar muito resolvido”, aponta.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Ainda para 2022, o docente da UCP perspetiva “o fim da pandemia e uma entrada numa endemia definitiva”, defendendo “uma utilização inteligente das vacinas nos lares e na sociedade em geral”, para limitar o número de mortes.

Pedro Simas elogia a solidariedade “fantástica” da sociedade civil, mas destaca que esta tem de ser materializada e potencializada pelas instituições públicas, com a consciência de que a pandemia “vai acabar”, mas a pobreza e a vulnerabilidade das pessoas irão permanecer.

“A minha mensagem é que haja uma abertura maior de acelerar a decisão política de ajuda mais integrada”, conclui.

Pedro Simas é um dos convidados do Programa ECCLESIA (RTP2, 15h00) deste último dia do ano, passando em revista o impacto da pandemia em Portugal, juntamente com o almirante Luis Fragoso, presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa.

OC/LFS

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Agência ECCLESIA

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