Estado de emergência limita atividades nas tardes de sábado e domingo, até 22 de novembro
Lisboa, 10 nov 2020 (Ecclesia) – O pároco do Estoril, no Patriarcado de Lisboa, disse à Agência ECCLESIA que as limitações impostas pelo novo estado de emergência, em vigor desde segunda-feira, provocam “um impacto imenso” nas atividades pastorais.
O padre Paulo Malícia realça que teria sido preferível “avisar com antecedência”, mas admite que as decisões tomadas para as próximas semanas resultam das “contingências deste tempo”.
As normas relativas ao estado de emergência, por causa da pandemia de Covid-19, exigem a suspensão da atividade presencial nas comunidades católicas durante o recolhimento obrigatório durante os dias 14, 15, 21 e 22 de novembro, entre as 13h00 e as 05h00 do dia seguinte, nos 121 concelhos que constam da lista das autoridades.
“Os sábados de tarde e domingos de tarde são momentos fortíssimos na comunidade, são os tempos da catequese e dos grupos de jovens e das Eucaristias que levam mais gente”, explica o padre Paulo Malícia.
Neste momento, a Paróquia do Estoril está “a estudar o impacto” das medidas e como responder às limitações.
“Não se pode ver apenas o lado negativo e temos de ser proactivos nas respostas”, sustentou o padre Paulo Malícia.
Apesar dos tempos não serem fáceis, o pároco do Estoril considera que a “comunidade vai reagir e readaptar-se”.
“Vamos colaborar para, em conjunto, acabar com esta pandemia”, apelou.
Os recursos às “vias digitais e à multiplicação das celebrações da parte da manhã” são formas de reagir à situação pandémica.
“Não vamos é parar e deixar de nos encontrar”, frisou o pároco.
Em Castelo Branco, o padre Nuno Folgado (pároco in solidum de São Miguel da Sé, São José Operário e Benquerenças e também diretor do Secretariado Diocesano de Pastoral) realça também que existe uma “adesão muito forte” às celebrações de “sábado de tarde e nas tardes de domingo”, dado que muitas pessoas se deslocam às terras natais e regressam já no final do descanso dominical.
Devido a este período “mais duro”, o responsável optou por “transferir as celebrações da tarde para as manhãs desses dias”, disse à Agência ECCLESIA.
Outra alternativa encontrada é a transmissão da Missa de domingo, pelas 18h00, através da rede social Facebook.
As medidas de confinamento afetam particularmente os escuteiros, que vão transferir “as atividades que se realizavam nos sábados à tarde para o mundo digital”, adiantou o sacerdote.
Mais a norte, na Arquidiocese de Braga, o padre Guilherme Peixoto que tem a seu cargo as paróquias de Laúndos e Amorim (Póvoa de Varzim) salienta que “o amor ao próximo” passa por “usar máscara” e “cumprir o distanciamento social”
“Pode ser que este conjunto de medidas ajude as pessoas a pensar melhor sobre a realidade”, referiu à Agência ECCLESIA.
Com duas paróquias, o sacerdote explica que transferiu as Eucaristias de sábado de tarde para a manhã desse mesmo dia.
O responsável sustenta que as regras “são para cumprir”, mas tem de “haver criatividade” para, por exemplo, reagendar os horários ou recorrer às plataformas digitais, embora a prioridade seja manter a dimensão presencial.
“Com distanciamento social e horários diferenciados tudo se pode resolver”, mas “a igreja tem de ser bom exemplo”, concluiu.
LS/LFS/OC
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