Francisco concedeu entrevista a televisão italiana
Cidade do Vaticano, 10 jan 2021 (Ecclesia) – O Papa disse que os responsáveis políticos devem deixar de lado as suas divergências, na resposta à pandemia, para promover a “unidade”, falando em entrevista ao Canal 5 da televisão italiana, transmitida hoje.
“A classe dirigente tem o direito de ter pontos de vista diferentes e também de ter a luta política. É um direito: o direito de impor a sua política. Mas desta vez temos de jogar pela unidade, sempre”, referiu ao programa “Tg5”.
Francisco alertou para o risco de “tensões sociais” dentro dos Estados, sem esta unidade.
“Um político, um pastor, um cristão, um católico, também um bispo, um sacerdote, que não tem a capacidade de dizer ‘nós’ ao invés de ‘eu’, não está à altura da situação”, sustentou.
Na entrevista em que anunciava ter-se inscrito para a vacinação contra a Covid-19, no Vaticano, Francisco destacou a importância de “fazer-se próximo do outro, à sua situação, os seus problemas, próximo das pessoas”.
“A cultura da indiferença destrói, porque me afasta”, declarou.
O Papa falou da sua vivência pessoal do confinamento, admitindo sentir-se “engaiolado”, e da esperança de visitar o Iraque, já em março.
Além da pandemia, Francisco falou da defesa da vida e dos vulneráveis, destacando que após esta crise “é preciso rever tudo”.
“Os grandes valores sempre existem na vida, mas os grandes valores devem ser traduzidos na vida do momento”, indicou.
Segundo o Papa, a crise provocada pela Covid-19 exacerbou ainda mais a “cultura do descarte” face aos mais fracos, sejam eles pobres, migrantes ou idosos, aludindo ao aborto que “elimina uma vida humana para resolver um problema”.
“Não é um problema religioso, é um problema humano, pré-religioso, é um problema de ética humana”, indicou.
OC