Sete meses depois do Sínodo especial para a região, Francisco recorda povos indígenas, «particularmente vulneráveis»
Cidade do Vaticano, 31 mai 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco manifestou hoje a sua preocupação com o impacto da Covid-19 na região da Amazónia, alertando para a situação dos povos indígenas.
“São muitos os contágios e as mortes, também entre os povos indígenas, particularmente vulneráveis”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano, após a recitação da oração do ‘Regina Caeli’.
No regresso deste encontro dominical com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro e transmissão online, Francisco evocou o Sínodo especial para a Amazónia, que se encerrou há sete meses, rezando para que “o Espírito Santo dê luz e força à Igreja e à sociedade” numa região “duramente provada pela pandemia”.
“Por intercessão de Maria, Mãe da Amazónia, rezo pelos mais pobres e indefesos desta querida região, mas também pelos de todo o mundo, fazendo um apelo para que não falte a ninguém a assistência sanitária”, declarou.
Cuidar das pessoas, não poupar para a economia. Cuidar das pessoas, que são mais importantes do que a economia. Nós, pessoas, somos templo do Espírito Santo, a economia não”.
O Papa saudou ainda, “com gratidão e admiração”, todos os profissionais de saúde que, neste período de crise sanitária, “ofereceram a sua vida” quando tratavam dos outros, homenageando-os com um minuto de silêncio.
No dia em que a Igreja Católica celebra a solenidade de Pentecostes, que encerra o tempo pascal, Francisco rezou para que todas as comunidades sejam marcadas por um “ardente espírito missionário”.
“Temos necessidade da luz e da força do Espírito Santo! A Igreja Católica precisa delas, para caminhar na concórdia e com coragem, testemunhando o Evangelho. E também a humanidade, para sair desta crise mais unida e não mais dividida”, afirmou.
“De uma crise como esta, não saimos iguais”, disse ainda.
A intervenção falou da importância de uma comunidade “reconciliada e pronta para a missão”, seguindo o exemplo de Jesus, que perdoou aos seus discípulos, que o tinham “abandonado”, na prática, nos momentos da sua prisão, julgamento e execução.
“Jesus nunca se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”, acrescentou o pontífice.
O Papa mostrou-se muito satisfeito por poder falar aos peregrinos com a Praça de São Pedro aberta.
“É um prazer”, confessou, depois de semanas em que presidiu à oração na biblioteca do Palácio Apostólico.
No final, Francisco despediu-se com os tradicionais votos de “bom almoço” e “até à próxima, na Praça”.
OC