Padre Lino Maia dirige-se à «Task Force», pedindo que rejeite pressões na revisão dos «critérios ou prioridades»
Porto, 10 fev 2021 (Ecclesia) – O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) defende que os “dirigentes ativos” destas organizações devem ser vacinados, como “medida de proteção social” contra a Covid-19.
“No que aos lares da rede social solidária concerne, a quem apresentou o plano (de Vacinação Covid-19) foi referido que nesses lares e nos cuidados continuados, para além dos residentes, frágeis, e dos trabalhadores, dedicados, estavam ‘dirigentes ativos’, e que também deviam ser vacinados”, refere o padre Lino Maia, no editorial de fevereiro do jornal ‘Solidariedade’.
O responsável assinala que a confederação “não tem mandato para impor nada”, mas tem “autoridade moral” para dizer que estes “dirigentes ativos, provedores e outros, devem ser vacinados como medida de proteção social, que é a sua missão, abraçada com generosidade”.
O sacerdote explica que alguns desses dirigentes também são provedores que estão “horas e horas nos lares” para os fazer funcionar e, algumas vezes, “substituem ou complementam” o trabalho dos colaboradores, “sempre em contacto assíduo tanto com os trabalhadores como com os utentes”.
“Nunca negam o diálogo ou a ajuda. São os tais ‘dirigentes ativos’. Todos os dirigentes são ativos, mas esses são-no sempre e particularmente nesta pandemia. Credores de respeito e gratidão”, acrescenta o sacerdote.
O padre Lino Maia destaca que, “graças à dedicação, tanto dos trabalhadores como desses dirigentes”, Portugal é o país da União Europeia “com a menor percentagem de óbitos em lares – “28%, quando a média europeia está nos 40%.
“Nesta fase, a vacinação destes dirigentes não era um privilégio, mas a necessária capacitação para minorar riscos em residências coletivas de pessoas frágeis”, realça.
O responsável assinala que, globalmente, “a vacinação está a correr bem” e que, “com toda a transparência”, alguns “dirigentes ativos” foram sendo vacinados, mas se existir algum abuso “tem de ser condenado”.
No editorial da de fevereiro, intitulado ‘Vacinação dos lares’, o padre Lino Maia recorda também que a ‘Task Force’ da vacinação para a Covid-19 em Portugal “estará a rever critérios ou prioridades” e espera que “não o faça a reboque” da Ordem dos Enfermeiros ou de alguma comunicação social.
“Será muito grave desvalorizar o que tem valor e as Instituições de Solidariedade são um pilar estruturante do Estado Social. Desvalorizando o que tem valor, estar-se-á a provocar uma perigosa debandada dos dirigentes solidários, com evidente prejuízo para os mais frágeis”, alerta o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
CB/OC