Covid-19: Bispo do Porto sublinha fortalecimento «providencial» das contas da diocese

D. Manuel Linda explica que há instituições sem receita e outras pediram ajuda

Porto, 07 out 2020 (Ecclesia) – O bispo do Porto considerou “providencial” o esforço levado a cabo em 2019 para fortalecer as contas da diocese, que fecharam com um lucro de 1,6 milhões de euros, face à atual situação de dificuldade provada pela pandemia de Covid-19.

“Temos instituições que não geram absolutamente nenhuma receita e têm imensa despesa, por exemplo, a nossa Casa Diocesana de Vilar. Não despedimos nenhum trabalhador, estão todos ao ativo, e a receita é praticamente zero”, exemplificou D. Manuel Linda, em declarações à Agência ECCLESIA, esta terça-feira.

O bispo do Porto acrescenta que, neste ano de 2020, vão ter “como única receita” a que obtiveram nos meses de janeiro e fevereiro.

A Casa Diocesana de Vilar, construída junto ao edifício do antigo Seminário de Vilar, tem três auditórios com 1300, 300 e 100 lugares, 124 quartos, uma livraria, restaurante e cafetaria, foi inaugurada em 1995, com o objetivo de acolher os organismos pastorais da vida da diocese e acolher a realização de eventos, congressos e ações de formação de variadas instituições.

“Foi providencial termos fortalecido as contas da diocese, senão, nesta fase a diocese estaria muito mal”, destacou D. Manuel Linda.

O bispo do Porto realça que “quando se equilibram as contas de qualquer instituição”, neste caso concreto a diocese, “não é em função da sua grandeza”, mas para “cumprir os objetivos para os quais essa instituição existe” e neste período de pandemia já responderam ao “pedido de ajuda de cinco centros sociais paroquiais, todos com imensas dificuldades”.

“Nenhum deles fechou porque alguns tiveram injeção de capital; noutros conseguimos chegar a acordo com outras instituições, todos continuam a servir a zona onde estavam a servir”, acrescentou.

Para “criar uma solidez financeira que agora permite resistir, pelo menos a esta crise”, a diocese vendeu património que é doado por “gente absolutamente extraordinária, com sentido de pertença à Igreja muito forte”, tanto em vida como, fundamentalmente, em testamentos.

“Esse património está disperso um bocado por toda a área da diocese e pensamos, por exemplo, no património rural: todo esse património, sem qualquer exceção, é fonte de encargos, neste momento não rentabiliza nada, até porque normalmente são pequeninas parcelas, e gera despesa de manutenção, de limpeza, de impostos”, exemplificou, acrescentado que foi vendida “uma parte mínima, que não chega a 3%, 5%, do património da diocese”.

Neste contexto, o bispo do Porto adiantou também que vão fazer “obras profundas” e urgentes no Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição – “dito Seminário da Sé” -, que é um edifício histórico do século XVI.

O Seminário Redemptoris Mater, criado na diocese há cerca de 14 anos, “na prática nunca teve instalações definitivas” e tem disponibilidade para apoiar este investimento.

O bispo do Porto adiantou também a intenção de mudar o “arquivo geral” para instalações fora do Paço Episcopal.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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