Covid-19: Bispo de Angra afirma que «qualquer flagelo é também uma oportunidade para um novo começo mais humano e promotor da paz»

D. João Lavrador salienta que construção da paz «é uma tarefa contínua e exigente»

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Angra do Heroísmo, Açores, 29 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo de Angra assinala que a construção da paz “é uma tarefa continua e exigente”, que “depende de variados fatores”, e um ano novo que vai começar “sob o flagelo da pandemia” “é também oportunidade para um novo começo”.

“Estamos a iniciar o novo ano sob o flagelo da pandemia do Covid/19. Qualquer flagelo pelas consequências que transporta é de si uma ameaça à paz pessoal e comunitária, mas é também uma oportunidade para um novo começo que será mais humano e promotor da paz se assentar na fraternidade entre as pessoas e entre os povos, se não houver a tentação de alguns grupos se quererem impor a apropriar dos bens que são destinados a todos”, escreveu D. João Lavrador na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2021, celebrado a 1 de janeiro.

Na mensagem divulgada pelo sítio online ‘Igreja Açores’, o bispo de Angra explica que a construção da paz “é uma tarefa continua e exigente”, que “depende de variados fatores”, e está associada “à promoção do amor, da partilha, da misericórdia e da ternura, da prioridade dada ao outro, atendendo à justiça, ao bem comum, mas sobretudo à preferência pelos mais pobres e excluídos”.

D. João Lavrador afirma que “estará em causa a verdadeira paz” enquanto existirem “injustiças, fome e escravidão, pobreza e egoísmos”, falta de condições de trabalho digno e de habitação, de acesso à educação, “domínio despótico de uns contra os outros, a exploração abusiva da natureza”.

O bispo de Angra refere que o ser humano pessoalmente e a sociedade no seu todo “não podem ser vistos parcialmente e serem atendidos apenas em algumas das características” deixando “componentes do seu ser fora do verdadeiro desenvolvimento”.

“No contexto do progresso atual, a negligência de um desenvolvimento humano integral torna-se, sem dúvida, o maior dos obstáculos para edificação da paz”, acrescenta.

«Que formosos são (…) os pés do mensageiro que anuncia a paz» (Is. 52, 7) é a citação bíblica que o bispo de Angra escolheu para a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2021 (1 de janeiro) onde assinala que “a Igreja convida os cristãos e todos os homens de boa vontade à reflexão sobre a paz”.

“Ninguém duvida que é um dos maiores anseios de cada pessoa, de cada família, de cada país e mesmo uma das aspirações do mundo em geral, porque, também é verdade, que a par com o progresso científico e técnico, contando com a possibilidade de maior proximidade e diálogo entre culturas, com as possibilidades de contacto que a globalização nos possibilita, animados pelas novas redes de comunicação e informação, a paz parece estar ainda muito longe de se alcançar”, desenvolve.

O Papa Francisco escolheu o tema ‘a cultura do cuidado como percurso de paz’ para reflexão na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2021 e o bispo de Angra assinala que “a cultura do cuidado exige uma educação que conduza a este objetivo”.

D. João Lavrador salienta que o Papa convoca as famílias, as escolas e universidades, as religiões, as pessoas empenhadas no serviço das populações e a todos os que se dedicam à pesquisa científica e técnica para que «se possa chegar à meta duma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão».

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.

CB

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Agência ECCLESIA

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