Filósofo e investigador destaca necessidade de «aprendizagem» pessoal e coletiva
Lisboa, 03 ago 2020 (Ecclesia) – Artur Morão, filósofo e investigador, disse à Agência ECCLESIA que a pandemia de Covid-19 deve gerar uma reação de “solidariedade e atenção aos outros”, o que exige uma necessidade de “aprendizagem” pessoal e coletiva.
“A nossa atitude perante o negativo pode gerar o positivo”, assinala um dos autores do livro ‘Ressurgir – 40 perguntas sobre a pandemia’, da Paulinas Editora.
O entrevistado na emissão de hoje do Programa ECCLESIA, na RTP2, assinala que esta aprendizagem tem de “nascer de dentro” e enfrentar uma cultura “ruidosa”, que enfrenta agora “a contabilidade da morte”, o que não acontecia antes.
“A a atitude que devemos desenvolver, e que muitas vezes nem sequer aprendemos, é, de facto, encarar da melhor maneira possível e tornar estes acontecimentos trágicos produtivos, pelo menos do ponto de vista do conhecimento, até da espiritualidade, e da convivência. Mas essa lição é muito difícil”, precisa o autor.
Para Artur Morão, qualquer mudança no pós-pandemia implica uma “tomada de posição interior” e uma “viragem”, começando a esboçar “atitudes que sejam construtivas”
O livro ‘Ressurgir – 40 perguntas sobre a pandemia’ está dividido em cinco capítulos: Vida, saúde e solidariedade; Pessoal-Familiar; Ciência, informação e cultura; Economia sustentável; e Espiritualidade.
O filósofo e investigador precisa que a obra parte de um momento de interrogação e busca de respostas.
“Tentamos entender esta tragédia que nos envolve, porque temos de entendê-la, em vários planos”, a começar pelo científico, e, por outro lado, dar-lhe “sentido”, aponta.
Artur Morão considera “natural que um choque como este abale as pessoas”, mas duvida do impacto coletivo desta situação.
“O peso da Cultura, desta civilização do lazer, do consumo, é tão forte, a inércia que ela criou ainda é tão arrastadora que não sei se conseguiremos descobrir um caminho absolutamente novo, como um todo”, realça.
HM/OC