Arcebispo de Abidjan apela a solução pacífica e democrática entre Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara
A Igreja Católica na Costa do Marfim manifestou a sua preocupação pela situação de violência no país, depois das eleições presidenciais realizadas a 28 de Novembro, apelando a uma “solução pacífica e democrática”.
Laurent Gbagbo, presidente cessante, e Alassane Ouattara, presidente reconhecido pela comunidade internacional, reclamam ambos vitória nas presidenciais, tendo formado dois governos.
A violência entre os dois lados rivais já provocou pelo menos 50 mortos, de acordo com as Nações Unidas.
Para o arcebispo de Abidjan e porta-voz do “colectivo de líderes religiosos para eleições pacíficas”, D. Jean-Pierre Kutwa, é preciso que Gbagbo e Alassan “sejam razoáveis”, convidando a população à calma.
“Deus não abandonará a Costa do Marfim e é ainda possível encontrar uma solução pacífica e democrática”, disse, numa intervenção publicada pelo jornal do Vaticano, «L’Osservatore Romano».
Os líderes religiosos da Costa do Marfim lamentaram que se tenha passado “da violência verbal à violência física”, admitindo que “o pior ainda está para vir”.
“Desejamos ter um presidente acima dos clãs, das tribos, das religiões, um presidente capaz de liderar o nosso país e aqueles que nele habitam, em direcção ao pleno desenvolvimento”, aponta D. Jean-Pierre Kutwa.
A comunidade internacional reconheceu a vitória de Ouattara, que se encontra refugiado num hotel de Abidjan, protegido por tropas da missão das Nações Unidas no país.