Corpo de Deus: Bispo do Funchal destaca «manifestação pública da fé»

«Bela tradição eucarística» realça vivência cristã que «não pode ficar apenas fechada nas igrejas», frisa D. António Carrilho

Funchal, Madeira, 27 mai 2016 (Ecclesia) – O bispo do Funchal destacou esta quinta-feira o regresso do feriado do Corpo de Deus realçando aquela celebração enquanto “manifestação de fé pública”.

“A fé não pode ficar apenas fechada nas nossas igrejas: deve irradiar e comunicar-se, para tocar a realidade do mundo em que vivemos”, sublinhou D. António Carrilho, durante a missa da solenidade do Corpo de Deus, que juntou centenas de pessoas no Largo do Colégio, no Funchal.

Na sua homilia, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado sustentou que o que se pede hoje à Igreja é uma atitude permanentemente “em saída”.

E “esta bela tradição eucarística” do Corpo de Deus, “bem faz recordar as caminhadas de Jesus quando, outrora, percorria as estradas da Palestina, acolhendo todos os que o procuravam, privilegiando as crianças, os pobres e os doentes”, recordou.

A verdadeira vivência da fé tem de ser “traduzida em novas atitudes e portas abertas”, apontou D. António Carrilho, frisando que, para todos os cristãos, “a Eucaristia é o maior tesouro espiritual da Igreja”, porque sinal maior da “presença real e viva de Jesus Cristo no meio do seu povo”.

“A eucaristia tem sempre um caráter e compromisso social, porque é exigência de comunhão com os outros” e um desafio a uma Igreja “chamada a saciar as novas sedes e fomes da Humanidade”, concluiu.

A Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, originária do século XIII, pelo Papa Urbano IV, começou a ser celebrada em 1246 na cidade de Liège, na atual Bélgica.

Inicialmente, a celebração assumiu-se como uma resposta a determinadas posições que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia e terá chegado a Portugal no final do século XIII, adotando progressivamente a denominação de Festa de Corpo de Deus.

A afirmação dessa festa coincidiu com o auge da sociedade de cristandade no Ocidente, a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.º dia após a Páscoa e, forçosamente, numa quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

O feriado (móvel) nacional voltou a ser celebrado em Portugal esta quinta-feira, depois de uma suspensão de quatro anos, entre 2013 e 2015, resultado de um “entendimento excecional” entre a Santa Sé e o anterior Governo português.

JCP

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Agência ECCLESIA

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