Corpo de Deus: Bispo de Angra sublinha ligação entre Eucaristia e atenção aos pobres

D. Armando Esteves presidiu à Missa da solenidade, com procissão

Foto: Igreja Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 09 jun 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu esta quinta-feira, na Catedral local, à Missa da solenidade do Corpo de Deus, seguida de procissão, ligando a devoção eucarística à atenção aos pobres.

“Se somos verdadeiramente cristãos, vivamos a nossa vida de forma mais eucarística”, indicou D. Armando Esteves Domingues, numa intervenção divulgada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.

O responsável católica comparou a gravidade das “injustiças e desigualdades, violências e opressões” ao desrespeito e “profanação eucarística”.

“Porque não temos a mesma e imediata reação, quando o corpo eclesial é profanado, ou seja, quando testemunhamos injustiças e desigualdades, violências e opressões? Quantas lacerações também dentro do tecido eclesial. No entanto, isso não é um ultraje menos do que a profanação, porque diz respeito ao mesmo “corpo” de Jesus. Se não há lugar para Jesus em nós, significa que alguém ou, outra coisa, tomou completamente posse dentro do nosso coração”, apontou.

O bispo de Angra falou numa “fome de Deus”, que alimenta a verdadeira felicidade.

“O que seria da nossa vida se fosse alimentada por tudo, mas não do Senhor, da Santa Eucaristia e a sua Palavra? Vivamos mais de adoração, de comunhão eucarística e comunhão fraterna. Adorar a Cristo no Tabernáculo deve levar-nos a curvar-nos diante do tabernáculo de Cristo, que são os pobres e o próximo”, insistiu.

O que nos é pedido pela Palavra de Deus é transformar o rito e a devoção num comportamento de fé e caridade. É-nos pedido viver de Cristo, isto é, a conhecê-lo, a amá-lo, a imitá-lo”.

Foto: Igreja Açores

A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo celebra-se no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, ligando-se assim à Última Ceia; nos países onde não é feriado civil, a celebração assinala-se no próximo domingo.

Esta festa terá chegado a Portugal nos finais do século XIII e tomou a denominação de Corpo de Deus.

O Papa Urbano IV, em 1264, tornou-a obrigatória para a Igreja universal e o Papa João XXII, em 1318, determinou que a celebração fosse celebrada com procissão solene pelas ruas, como profissão pública de fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

OC

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Agência ECCLESIA

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