Coreia: Papa apela à reconciliação na península

Primeiro discurso de Francisco em Seul abordou importância da paz na região para todo o mundo

Seul, 14 ago 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje em Seul à reunificação na península coreana, dividida desde 1953, e realçou a importância da paz na região para todo o mundo.

“Exprimo o meu apreço pelos esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na Península Coreana e encorajo tais esforços, que são o único caminho seguro para uma paz duradoura”, declarou, num inédito discurso em inglês perante autoridades políticas, sociais e religiosas na residência oficial da presidente sul-coreana, Park Geun-Hye.

“A busca da paz por parte da Coreia é uma causa que nos está particularmente a peito, pois concorre para a estabilidade de toda a região e do mundo inteiro, cansado da guerra”, disse ainda, na primeira intervenção da viagem de cinco dias ao país asiático.

Francisco convidou os responsáveis políticos e diplomáticos a enfrentarem o "desafio perene de derrubar os muros da desconfiança e do ódio", promovendo uma "cultura de reconciliação e solidariedade". 

O discurso que apresentou uma reflexão sobre a necessidade de transmitir aos jovens “o dom da paz”.

“Este apelo reveste-se de um significado muito especial aqui na Coreia, uma terra que sofreu longamente por causa da falta de paz”, referiu o Papa.

Francisco confessou a sua “grande alegria” por visitar a Coreia, destacando “a beleza do seu povo e da sua riqueza histórica e cultural”.

“Esta herança nacional foi posta à prova pela violência, a perseguição e a guerra, mas, não obstante essas provas, sempre prevaleceu o ‘calmo amanhecer’, quando o calor do dia ainda não se impôs e a escuridão da noite já se foi, ou seja, uma inalterável esperança de justiça, paz e unidade”, observou.

“Que grande dom é a esperança! Não podemos desanimar na busca destas metas, que beneficiam não só o povo coreano mas também toda a região e o mundo inteiro”, acrescentou o Papa, na cerimónia oficial de boas-vindas, cerca de seis horas após ter aterrado em Seul.

O governo sul-coreano anunciou que a Coreia do Norte disparou cinco mísseis de curto alcance para o mar, a partir da sua costa oriental, pouco depois da chegada de Francisco.

A primeira Missa pública da viagem de cinco dias está marcada para sexta-feira, a partir das 10h30 (menos oito horas em Lisboa), no estádio de Daejeon, localidade onde nasceu Santo André Kim Taegon, primeiro padre e santo coreano.

Os fiéis presentes vão rezar pela “concórdia e unidade” da nação coreana, manifestando a “tristeza e sofrimento” pela divisão da península.

No sábado, de volta a Seul, Francisco vai estar no Santuário dos Mártires de Seo So Mun para presidir a outro momento marcante da sua viagem: a missa de beatificação de Paulo Yun Ji-chung e dos seus 123 companheiros, mortos durante a perseguição contra os cristãos em finais do século XVIII e no século XIX.

A cerimónia prevista para as 10h00 locais inclui uma oração pela “paz social e política” na Coreia, pedindo para que o seu povo “caminhe rumo à reconciliação e à unidade, vencendo a triste experiência da divisão, a fim de que possa gozar a alegria da unificação pacífica”.

Nesse mesmo dia, num encontro de oração com as comunidades religiosas coreanas, o Papa e os participantes vão rezar “pela reconciliação e a unidade da Coreia do Sul e do Norte”.

OC

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