Coreia: Igreja Católica empenhada na reconciliação do território

Missionário português diz que situação das populações do Norte é «muito crítica, a diversos níveis»

Cidade do Vaticano, 14 ago 2014 (Ecclesia) – O padre Pedro Louro, dos missionários da Consolata na Coreia do Sul, diz que a Igreja Católica está empenhada em concretizar o apelo do Papa Francisco à reconciliação e paz na península coreana.

Em entrevista concedida à Rádio Vaticano, o sacerdote português realça que a estruturas católica local “há muito tempo que se comprometeu com a ajuda à Coreia do Norte”.

“Não o pode fazer diretamente, porém fá-lo através da Cáritas Internacional”, por intermédio da realização de “muitos projetos, umas vezes dando a cara, outras de um modo escondido, não aparecendo”, frisa o missionário.

Segundo o padre Pedro Louro, a situação na Coreia do Norte é atualmente “muito crítica, a diversos níveis”, a começar pelo plano “humanitário”, pela “situação das pessoas”.

A repressão praticada pelo Governo sobre as populações, com a existência de “muitos campos de concentração”, com vários “níveis de dureza”; e a falta de liberdade de movimentação das pessoas “dentro do próprio país” são apenas dois exemplos que ilustram o cenário que se vive naquele país.

Além disso, “pessoas muitas vezes não têm a possibilidade de se alimentarem como quereriam ou como deveriam, a subalimentação é um dos problemas graves”.

“Depois há o problema da saúde também e da educação, aquela que se possa dizer mais elevada é praticamente só para as classes de elite, não é distribuída a toda a gente, não é acessível a todos”, relata o sacerdote.

Na base de toda esta conjuntura está uma “questão política”, um regime político sobre o qual as informações e notícias são escassas ou nem sempre são as “mais concretas”.

Apesar de ter ainda uma ação “muito limitada”, relativamente ao futuro da Coreia do Norte, a Igreja Católica procura “manter o canal aberto” entre as duas nações.

 Em “quase todas as dioceses” da Coreia do Sul, estão a ser formados missionários com o objetivo de serem enviados para a Coreia do Norte assim que esta nação se abra mais ao mundo.

“Mesmo a nível de evangelização da Coreia do Norte, a Coreia do Sul está-se a preparar. Obviamente quando é que vai chegar essa possibilidade de entrar ou das pessoas poderem ir e vir, realmente por agora não se sabe”, aponta o padre Pedro Louro.

Esta quinta-feira, no primeiro dia da sua visita à Coreia do Sul, o Papa apelou em Seul à reunificação na península coreana, dividida desde 1953, e realçou a importância da paz na região para todo o mundo.

Francisco convidou os responsáveis políticos e diplomáticos a enfrentarem o "desafio perene de derrubar os muros da desconfiança e do ódio", promovendo uma "cultura de reconciliação e solidariedade”.

RV/JCP/OC

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