Coreia do Sul: Igreja Católica apela ao fim da violência depois da destituição da presidente Park Geun-hye

Em primeiro lugar tem de estar a «unidade nacional», frisa arcebispo de Seul

Seul, 10 mar 2017 (Ecclesia) – Os líderes das comunidades religiosas na Coreia do Sul reagiram hoje à destituição da presidente Park Geun-hye, e à onda de violência que se seguiu, apelando à união nacional e ao respeito pela decisão do tribunal constitucional.

Em declarações publicadas pela agência de informação ‘Yonhap’, o arcebispo de Seul, D. Andrew Yeom Soo-jung, salientou a importância do “círculo político e o povo aceitarem com humildade a decisão do Tribunal Constitucional sul-coreano, independentemente de concordarem ou não com a deposição da chefe de Estado”.

Park Geun-hye, a primeira mulher a liderar aquele país asiático, estava há quatro anos no poder e foi destituída depois de ser suspeita num caso envolvendo tráfico de influências e corrupção.

Depois de a destituição ter sido decidida pelo Parlamento, ela foi reforçada em segunda instância pelo tribunal constitucional, o que levou nos últimos dias a uma onda de violência e de protestos no país, que já causou pelo menos dois mortos.

Para o arcebispo de Seul, é “fundamental” que as pessoas acatem as orientações da justiça e ponham em primeiro lugar “a unidade nacional”.

Outro responsável da Igreja Católica sul-coreana, o arcebispo Kim Hee-joong, recordou que ninguém, “nem a presidente eleita, pode ser exceção no que toca ao dever de defender a Constituição e a democracia”.

“Resta agora a todos os sul-coreanos trabalharem na restauração e consolidação dessa democracia” conquista há pouco mais de 30 anos, acrescentou.

No campo das reações, o Conselho Nacional das Igrejas na Coreia também emitiu uma declaração, saudando o facto de a “justiça ter prevalecido” neste caso.

Para Kim Young-joo, secretário-geral daquele organismo que representa todas as Igrejas Protestantes do país, “esta é uma oportunidade para restaurar a democracia” e apelou às populações para “continuarem a trabalhar por um futuro aberto à soberania do povo”.

Destaque ainda para a posição da comunidade budista, que defendeu a necessidade de “tanto conservadores como progressistas respeitarem a decisão do Tribunal Constitucional” e cooperarem a favor da “estabilidade do Estado”.

“Ainda que nem todos possam concordar com este cenário, devem aceitá-lo em prol de um espirito de reconciliação e de coexistência”, frisou Han Eun-suk, um dos líderes budistas.

Depois de destituída, num processo que se prolongou durante os últimos meses, a presidente Park Geun-hye perdeu a imunidade e, de acordo com o estipulado, a Coreia do Sul terá de convocar eleições num prazo inferior a 60 dias.

 JCP

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