Coreia do Norte: ONU poderá investigar campos de concentração (AIS)

Lisboa, 04 abr 2012 (Ecclesia) – Mais de 40 organizações internacionais defensoras dos Direitos Humanos exigiram esta terça-feira que a ONU inicie uma investigação para tentar encerrar os campos de concentração na Coreia do Norte.

Segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), estima-se que nestes campos “vivam, em condições miseráveis, entre 50 a 70 mil cristãos num universo de cerca de 200 mil prisioneiros”.

Jared Genser, diretor-executivo da organização ‘Persus Strategies’, uma das ONG que, a par da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), e a ‘Human Rights Watch’ (HRW), exige uma ação imediata das Nações Unidas, afirma que “as condições de vida nos ‘gulags’ são horríveis”.

“Estes campos são uma das principais catástrofes humanas do mundo atual”, acrescenta o responsável, citado pela organização católica internacional.

No relatório enviado às Nações Unidas por estas organizações não-governamentais, são mencionados os trabalhos forçados de mais de 12 horas por dia sem interrupções a que os detidos estão sujeitos, em troca de uma porção de cerca de 20 grãos de milho.

“É uma quantidade tão ínfima que os detidos estão obrigados a irem até os dejetos das vacas para encontrar grãos não digeridos e escapar, assim, da morte”, pode ler-se.

Entre os detidos, os cristãos constituem um dos mais expressivos grupos, havendo relatos de que frequentemente são sujeitos a torturas e violações.

“A simples posse de uma Bíblia basta para justificar a prisão e o encaminhamento para um dos vários campos de concentração existentes no país”, refere a AIS.

Alguns relatos que chegam da Coreia do Norte, acrescenta a fundação, “indicam que muitos cristãos têm as suas Bíblias escondidas, muitas vezes até enterradas, para não serem descobertos pelas autoridades”.

AIS/OC

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