Coreia do Norte: Cristão condenado «a cavar buracos oito horas por dia»

Lisboa, 12 jan 2016 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denuncia “várias detenções de cristãos” na Coreia do Norte, como um pastor protestante, de 60 anos, condenado a prisão perpétua “com trabalhos forçados” por “atos contra o Estado”.

Numa nota enviada hoje à Agência Ecclesia, a AIS informa que vários cristãos têm sido detidos na Coreia do Norte “quase sempre sob a acusação de conspiração” contra o regime de Pyongyang.

A detenção de um cidadão norte-americano, “identificado como Kim Dong Chul”, é o caso mais recente, “conhecido apenas esta semana”, acrescenta.

Sobre o pastor protestante canadiano, alerta que Hyeon Soo Lim é “obrigado a cavar buracos num pomar”, durante oito horas por dia, e está em regime de solitária “não tendo acesso” aos outros detidos do “campo de concentração”.

O agora número “036” tem graves problemas de saúde, nomeadamente “pressão arterial alta”, revelaram “elementos da igreja no Canadá” preocupados esta detenção e condenação a trabalhos forçados.

Ao pastor canadiano condenado a prisão perpétua pelo Supremo Tribunal da Coreia do Norte, em dezembro de 2015, foi-lhe também “recusado, até ao momento”, o acesso à Bíblia, “como solicitou”.

Segundo a fundação pontifícia, Hyeon Soo Lim tem ascendência sul-coreana e “terá realizado mais de uma centena de visitas” à Coreia do Norte onde promoveu a “construção de um orfanato e de lares de idosos”.

Neste contexto, o veredicto a prisão perpétua aconteceu depois deste cristão ter “alegadamente confessado” o seu “crime”, afirmando numa “conferência de imprensa” na capital norte-coreana a participação numa campanha “subversiva” contra o regime comunista, pretendendo “derrubar o governo” e a criação de um “estado religioso”.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre recorda ainda a prisão de dois “espiões sul-coreanos” com acusações de propaganda contra o regime e de roubo de segredos de Estado, em março de 2015.

Kim Kuk-gi, de 60 anos, foi acusado de difundir “propaganda religiosa em igreja clandestina” e Choe Chun-il, com 55 anos, pertenceria “a uma rede de espionagem sul-coreana”, baseado perto da fronteira com a Coreia do Norte.

Nas prisões da Coreia do Norte está também o missionário sul-coreano Kim Jeong-wook acusado igualmente de espionagem quando “procurava dar abrigo e alimentos a norte-coreanos”, que tentavam fugir pela fronteira com China, e condenado a trabalhos forçados em outubro de 2013.

AIS/CB

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