Responsável do episcopado sul-coreano admite que é pouco provável que exista uma «Igreja clandestina»
Lisboa, 08 jun 2013 (Ecclesia) – O secretário-geral da Comissão para a Reconciliação do Povo Coreano, criada pela Conferência Episcopal da Coreia do Sul, disse que a comunidade católica no norte da península pode chegar às 10 mil pessoas, apesar da perseguição do regime.
“Acreditamos que pelo menos 10 mil norte-coreanos continuem a cultivar a fé católica no mais fundo do seu coração, mas é difícil acreditar que possa existir uma Igreja clandestina na Coreia do Norte”, declarou o padre Lee Eun-hyung à fundação pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS).
O sacerdote deu uma entrevista, na qual passa em revista as suas três viagens à capital da Coreia do Norte, a última das quais em 2011.
O número de católicos é difícil de determinar, mas o responsável diz que a sua tese parece ser confirmada por testemunhos de refugiados norte-coreanos que falam em “mulheres idosas sentados em um círculo, ocupadas a contar grãos e sussurrando como se estivessem a recitar o rosário”.
Num país sem clero, o padre Lee Eun-hyung celebrou missa em Pyongyang, na igreja de Jangchung, a única reconhecida pelo regime.
“Havia sempre muitas pessoas sentadas nos bancos, mas não dizer se eram católicas, de facto, porque fui severamente proibido de me aproximar e falar com elas”, relata.
Segundo a AIS, a Coreia do Norte está entre os países onde a liberdade religiosa é mais negada.
O Observatório da Liberdade Religiosa no Mundo, publicado pela fundação pontifícia, refere que a perseguição anticristã se iniciou na prática em 1953, depois da divisão da península em dois Estados.
A partir dessa altura, os católicos norte-coreanos “começaram a desaparecer, em particular os bispos católicos”; de acordo com os dados oficiais do Governo, há 4000 católicos e 11 000 protestantes.
OC