Coperação: Fundação Gonçalo Silveira procura superar cortes no financiamento estatal

Instituição ligada aos jesuítas trabalha questões de desenvolvimento, de capacitação e cidadania global

Lisboa, 03 abr 2014 (Ecclesia) – A diretora da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), Teresa Paiva Couceiro, revelou à Agência ECCLESIA que a instituição ligada aos jesuítas vive “tempos difíceis” devido aos cortes no apoio do Estado ao desenvolvimento.

“Vivemos muito de subvenções ligadas à secretaria de estado da cooperação portuguesa e houve um grande corte e uma diminuição desses fundos, está mais destinado a organizações que já têm um trabalho muito grande e com fundos europeus (…) e o Estado português está mais atento a grandes organizações, por isso para nós tem sido difícil”, disse.

Teresa Paiva Couceiro explica que para a FGS “tem sido complicado” esta realidade porque “a fundação não tem acesso a fundos europeus e por isso tem tentando angariar ajudas junto de particulares e empresas, fazendo uma campanha mais cara-a-cara para mostrar que o trabalho que faz também tem impacto”.

O financiamento de apoio a instituições que apoiam o desenvolvimento em países africanos, como a FGS faz em Moçambique e outros locais onde há missões portuguesas, foi discutido na cimeira União Europeia-África que termina hoje sendo que, segundo a Agência Lusa, a União Europeia “vai dotar com 28 mil milhões de euros a cooperação com África entre 2014-2020”.

Vai assim ser disponibilizado, no âmbito do orçamento comunitário 2014-2020, “um valor médio anual de quatro mil milhões, acrescido das verbas que cada país destina a cooperação bilateral com o continente africano”.

A FGS é uma organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD), fundada em 2004 por deliberação da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, que tem como missão contribuir para o desenvolvimento humano integral e sensibilizar a sociedade para um maior compromisso com os valores da igualdade e da justiça social.

Os objetivos da FGS passam por “melhorar as condições de vida das comunidades mais desfavorecidas, consciencializar e motivar pessoas e comunidades para o exercício da sua cidadania global e capacitar para a transformação social”.

“O nosso trabalho passa por apoiar as missões portuguesas noutros países e em Portugal trabalhamos muito em questões de desenvolvimento, de capacitação e de questões da cidadania global e fazemo-lo através de formação em escolas formando os professores para que estes passem depois a mensagem”, explicou à Agência ECCLESIA a diretora da FGS.

MD

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