Copenhaga: Jornal do Vaticano fala em pessimismo

Representante da Santa Sé na cimeira sobre as mudanças climáticas condena consumismo

O Jornal do Vaticano, «L’Osservatore Romano», fez eco do “pessimismo” que parece estar a tomar conta da XV Conferência Mundial sobre as mudanças climáticas, a decorrer em Copenhaga.

O quotidiano fala na “extrema dificuldade” em chegar a um acordo geral que incida de forma determinante na emissão de gases nocivos.

A este respeito, é citada a opinião de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o qual manifestou sérias reservas sobre a possibilidade de se chegar a um acordo vinculante no final da Cimeira de Copenhaga.

A proposta elaborada pela Dinamarca, país organizador, não agrada ao G77. formado sobretudo por países em vias de desenvolvimento, por não definir objectivos a médio prazo (aponta para 2050) e deixar por especificar o ano em que as emissões daqueles países têm de atingir o seu pico.

O Vaticano está representado em Copenhaga pelo Arcebispo Celestino Migliore, o qual afirmou que o aquecimento global está mais atrelado aos padrões de consumo do que ao crescimento da população mundial.

“O aquecimento global depende das modalidades, às vezes indiscriminadas, e do elevado nível de consumo mais que do que o número de habitantes da Terra”, disse D. Migliore em entrevista à agência Zenit.

Para sustentar os argumentos, o Arcebispo ressaltou que os principais emissores de gases poluentes são países “de grande desenvolvimento e geralmente com taxas mínimas de nascimento”.

“Se quisermos encontrar soluções eficazes para a delapidação do património ecológico, devemos manter a atenção focada sobre várias causas”, destacou.

“Para garantir o sucesso da Conferência, convido todas as pessoas de boa vontade a respeitarem as leis de Deus na natureza e a redescobrir a dimensão moral da vida humana”, concluiu o líder da delegação do Vaticano.

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